Publicado em 14h35
por Redação
O “UFC de Rua” está disseminando combates clandestinos na periferia de São Paulo, onde jovens e até crianças se enfrentam em locais improvisados, como postos de gasolina, praças e campos de futebol.
O portal Metrópoles descreveu uma briga que ocorreu em um posto na Freguesia do Ó. “Dois jovens se encaram mano a mano rodeados por uma multidão eufórica. Eles tocam as luvas, como fazem os lutadores profissionais, antes de partirem para uma troca desenfreada de socos. Em vez do octógono, o ringue é improvisado em um posto de gasolina. O primeiro golpe certeiro na cabeça derruba um dos desafiantes e inflama a plateia: ‘Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!’.”
Essas lutas, compartilhadas nas redes sociais, são uma versão distorcida do Ultimate Fighting Championship (UFC) original, com poucas semelhanças. Os vídeos mostram participantes trocando socos sem equipamento adequado, com pesos discrepantes e sem estrutura médica adequada em caso de emergência. Enquanto alguns defendem as lutas como uma prática esportiva, outros destacam os riscos à integridade física dos envolvidos.
Os registros se concentram no Jardim Iracema, na Freguesia do Ó, Jardim Paulistano e Brasilândia. Só na Freguesia do Ó, dois eventos foram realizados na semana passada. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o 28º Distrito Policial (Freguesia do Ó) “está ciente dos fatos”, destacando que as lutas “não se enquadram no artigo 129 do Código Penal”, crime de lesão corporal, “pois houve consentimento mútuo das partes envolvidas”. Ainda assim, a pasta afirma que “há diligências em andamento para identificar os participantes da luta”. Em nota, a SSP completa: “se algum dos envolvidos sentir que sua integridade física foi comprometida, o 28º DP está à disposição para o registro da ocorrência”.
Embora não sejam consideradas ilegais pela polícia, especialistas alertam para os graves danos à saúde causados por repetidos traumas na cabeça, incluindo a possibilidade de desenvolvimento de encefalopatia traumática crônica, conhecida como “demência do pugilista”.
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