Publicado em 25/10, às 11h30
Por Priscila Perez
Um vasto estudo realizado pelo Metrô mostra como o paulistano tem lidado com o vaivém diário na cidade. De acordo com a pesquisa “Origens e Destino”, que busca analisar as mudanças ocorridas na mobilidade urbana entre 2007 e 2017, os moradores da zona oeste estão preferindo andar de carro, ônibus, moto e metrô. E a bike? Apesar dos estímulos verdes, a população ainda precisa pedalar mais – mas convenhamos, o trânsito na capital não é convidativo para ciclistas.
Na Lapa, Vila Leopoldina e Barra Funda, que contam com ciclofaixas ligando parques e partes dos bairros, as viagens motorizadas aumentaram de forma acentuada na última década. Segundo a Prefeitura de São Paulo, essa tendência “motorizada” se deve ao maior padrão socioeconômico de seus moradores e pelo sistema viário estrutural existente na região.
No levantamento, a Prefeitura argumenta que os distritos localizados ao longo dos eixos de transporte coletivo de alta capacidade são aqueles que apresentaram maiores taxas de participação em viagens coletivas. Já os distritos com elevada porcentagem de viagens individuais (carro, moto ou táxi) são influenciados pela ausência de redes de transporte de alta capacidade e, também, pela presença de moradores de classe média e alta.
O fenômeno é evidente em toda a cidade, apesar do crescimento de 7,5% no número de viagens não motorizadas, feitas a pé ou de bicicleta. As viagens de táxi – que sofreram um boom em toda a cidade devido à oferta de serviços por aplicativo – também cresceram na região, segundo o levantamento.
Periferia motorizada
Fica ainda mais claro que a opção pelo transporte individual e o acesso ao carro também aumentaram nas periferias. E o motivo principal dos deslocamentos continua sendo trabalho (45% do total), com 11,6 milhões de viagens diárias, e educação – com 8,5 milhões. Contudo, o paulistano leva mais ou menos uma hora e meia para ir e voltar do trabalho.
Dados gerais
O levantamento da Prefeitura mostra que em 2017 houve um crescimento de 10,3% das viagens diárias em toda Região Metropolitana em comparação a 2007, passando de 38,1 milhões para 42 milhões. O índice é superior ao crescimento da população (6,6%) e de empregos (3,3%) no período. Tal fenômeno também pôde ser visto na capital, que registrou 24,9 milhões viagens por dia (crescimento de 10,2%), frente a um incremento populacional de 7,7% entre 2007 e 2017.
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