Publicado em 12/02, às 10h50
Por Priscila Perez
Encharcada e atolada em lama. Este é o cenário desolador da maior central de abastecimento da América Latina, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Após ter sido mergulhado em caos no início desta semana, o entreposto colhe agora os prejuízos causados pela enchente que arrasou seus armazéns. A estimativa é alarmante: um prejuízo de R$ 24 milhões, sendo R$ 20 mi perdidos em produtos e R$ 4 mi em vendas não realizadas. Além disso, cerca de sete mil toneladas de alimentos foram jogadas fora, pois estavam condenadas pelo contato com a água, o que representa 70% da movimentação diária.
No dia seguinte ao temporal, era possível acompanhar as mais diversas frutas sendo descartadas pelos feirantes do lado de fora do entreposto, formando pilha imensas de melões, abacaxis e laranjas. Tudo impróprio para o consumo. O destino destes alimentos é o aterro sanitário – para serem destruídos. Felizmente, pescados e flores não foram comprometidos.
Internamente, o estrago ainda é visível: há mercadorias jogadas ao chão, manchas de lama e lixo oriundo da enchente. Haja dedicação para recuperar o tempo perdido. Ainda hoje, funcionários trabalham empenhados para desinfetar o chão e as paredes enlameadas. Mesas e cadeiras também foram higienizadas. “Todos os alimentos contaminados ou que tiveram contato com as águas das enchentes estão sendo recolhidos para serem devidamente descartados, por questões de segurança alimentar”, pontua a Ceagesp. Aliás, todo trabalho de recuperação foi realizado em conjunto pelos permissionários e funcionários do entreposto, sem a colaboração do poder público.
Com a logística comprometida, a Ceagesp tenta aos poucos retomar suas atividades. Nesta quarta-feira, já era possível avistar uma fila de caminhões aguardando a reabertura do entreposto. A expectativa é que os portões sejam reabertos ainda hoje, no período da tarde. Já o abastecimento deve ser normalizado na quinta. Segundo o presidente da empresa, Johnni Hunter Nogueira, cerca de 250 caminhões ainda estão presos no local.
Em um dia comum, mais de 12 mil veículos passam pela central transportando cerca de 14 toneladas de produtos. Nogueira, entretanto, descarta o risco de desabastecimento. “Estamos avaliando, mas acreditamos que não há esse risco porque a enchente aconteceu de domingo para segunda, o que significa que os estoques estavam baixos porque ainda não tínhamos recebido a mercadoria”, esclarece.
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