Publicado em 27/04/2021 às 09h45
Por Redação/G1
Um estudo inédito mediu o impacto da pandemia na educação no estado de São Paulo.
Foram avaliados 7 mil estudantes no estado de São Paulo. O pior desempenho ficou com o 5º ano: queda de 46 pontos na proficiência em Matemática e de 29 pontos em Língua Portuguesa.
No tabuleiro da aprendizagem, o aluno que estava no terceiro ano do Fundamental em 2019, avançou uma casa em 2020, mas deu de cara com o coronavírus, que o afastou das aulas presenciais. Mesmo com dificuldade, ele foi para o quinto ano em 2021, mas outra vez foi retirado da escola por causa da pandemia.
Segundo um estudo, feito no estado de São Paulo, esse aluno voltou duas casas no ensino. Ou seja, chegou ao quinto ano apenas com o que aprendeu no terceiro. Foram avaliados 7 mil estudantes em cada uma dessas etapas do ensino: 5º e 9º anos do Fundamental e 3º ano do ensino médio.
Seguindo os critérios do sistema de avaliação do ensino básico, houve queda geral de aprendizagem na comparação de 2021 com 2019. E o pior desempenho ficou com o 5º ano: queda de 46 pontos na proficiência em Matemática e de 29 pontos em Língua Portuguesa.
A professora Lina Kátia de Oliveira, responsável pela avaliação, tem uma explicação para essa queda tão acentuada em Matemática: “Fica evidente a importância do professor em sala de aula no tratamento da aprendizagem matemática. Problemas envolvendo as operações básicas de multiplicação e de divisão, problemas muito elementares que dependem de apoio gráfico envolvendo adição e subtração. Se o menino não é um leitor proficiente no quinto ano, se ele demonstra as habilidades de leitura como leitor iniciante do terceiro ano, a dificuldade na matemática é automática.”
Descobrir o tamanho do prejuízo do fechamento prolongado das escolas teve para os estudantes não é uma simples constatação. A partir de avaliações como essa, os educadores poderão traçar estratégias para ajudar os alunos a recuperar o conteúdo perdido e evitar que toda uma geração carregue para sempre os efeitos colaterais da pandemia.
O diretor de Políticas Educacionais da Fundação Lemann, Daniel de Bonis, diz que a defasagem dos alunos não vai ser superada de uma hora para outra, mas enxerga aí uma oportunidade: “Os alunos vão estar certamente no momento em que se reabrir de uma forma mais ampla e tal muito sedentos do contato com os colegas. O professor pode utilizar isso desenvolvendo, por exemplo, atividades em grupo, atividades colaborativas, que eles estejam interagindo. E tudo isso pode ser uma oportunidade de repente nessa retomada da gente incorporar de forma mais presente esse processo de ensino e aprendizagem.”
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