Publicado em 19/09/2022 às 9h35
por Redação/via Folha de SP
Falta de infraestrutura, insegurança e transporte demorado. Para quem mora em São Paulo, sobretudo na região de Pirituba/Jaraguá, o deslocamento pela cidade parece uma corrida de obstáculos. Sem acesso ao Metrô, o piritubano depende dos trens da CPTM e da rede de ônibus paulistana para estudar ou ir ao trabalho. Mas se você é mulher, o desafio fica ainda maior (seja por aqui ou na cidade inteira) porque na equação entram fatores como filhos, compras e demais necessidades. A conclusão vem da dissertação “A mobilidade das mulheres em São Paulo: experiência, precauções e autonomia”, apresentada por Marina Pereira na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), da USP. De forma geral, mulheres se deslocam mais a pé e utilizam mais o transporte coletivo do que os homens. São necessidades diferentes que resultam em mais desafios durante os deslocamentos pela cidade, principalmente à noite.
Rotina
Andreia tem 41 anos e começa o dia com uma caminhada de 20 minutos até a casa da mãe, na região de Taipas. Depois de deixar o filho com a avó, ela toma o primeiro ônibus até o Jaraguá e depois outro em direção à Anhanguera. Na volta para casa, por volta da meia-noite, ela ainda enfrenta o desafio de aguardar o ônibus em meio à escuridão, com medo de ser assaltada. Assim como ela, tantas outras mulheres precisam pegar ônibus para ir ao trabalho ou o trem da Linha 7-Rubi. E para elas, que muitas vezes são mães e trabalhadoras, é muito mais desafiador enfrentar pontos de ônibus vazios à noite e até mesmo carregar sacolas em meio a vagões lotados. Para a autora da dissertação, a viagem do homem se concentra em casa-trabalho e casa-estudo. Já as mulheres, além de fazerem o percurso casa-trabalho, também incluem na jornada “estudo, mercado, farmácia e saúde”.
E você, leitora, se sente mais vulnerável ao utilizar o transporte público?
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