Publicado em 26/03, às 12h10
Por Priscila Perez
Sem ter noção do risco global imposto pela pandemia de coronavírus, Silvana Leme, de 62 anos, repetia insistentemente para sua família a seguinte frase: “é apenas uma gripezinha, não gosto de me sentir presa em casa ou de me sentir inválida”. Apesar da avalanche de notícias sobre o Covid-19, a moradora do Jardim Líbano – ainda hoje – custa a acreditar que pode ficar doente ao sair de casa para fazer compras no supermercado ou ir à farmácia. Tanto é verdade que, vez ou outra, ela acaba saindo para abastecer a geladeira.
Assim como Silvana, outros tantos paulistanos com 60 anos ou mais têm driblado as restrições de circulação para fugirem da quarentena, sem se darem conta que pertencem ao grupo tido como mais vulnerável à doença. Por conta disso, o prefeito Bruno Covas e o governador João Doria disseram, durante entrevista coletiva realizada ontem, 25, que não descartam a possibilidade de multarem os idosos que saírem de casa sem necessidade. A medida restritiva já é uma realidade em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Se necessário for, evidente que essa é uma disposição municipal, nós apoiaremos a decisão dos prefeitos de adotar medidas ainda mais fortes para restringir a presença de pessoas de mais idade, com mais de 60 anos, nas ruas”, afirmou Doria.
Covas, por sua vez, destacou que “várias medidas são avaliadas diariamente” para conter o avanço do coronavírus na cidade. “A gente não toma nenhuma medida a favor da restrição ou contra a restrição por questão política. Toma medida orientada pela equipe técnica. Caso a equipe técnica avalie necessária, novas medidas vão sendo tomada.”
O Estado de São Paulo contabiliza 48 mortes pela doença e 862 casos confirmados.
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