Publicado em 02/12, às 12h30
Por Priscila Perez
Afundada em dívidas desde 2014, a Santa Casa de Misericórdia, um dos mais importantes centros de referência hospitalar do país, vive sua maior crise financeira. Nos últimos cinco anos, sua capacidade de atendimento foi reduzida. Houve cortes no número de exames e procedimentos ambulatoriais realizados – 55% a menos nesse período. As internações também caíram 18%. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde.
Com o relatório em mãos, o Ministério Público de São Paulo entrou em cena para cobrar explicações e mudanças drásticas na administração da Santa Casa, que chegou a receber R$ 112,8 milhões do Ministério da Saúde no passado para colocar a “casa” em ordem. “Isso tem que ser verificado, porque outros hospitais estaduais e municipais precisam dessa verba. É uma questão muito grave”, disse o promotor Arthur Pinto Filho.
A Santa Casa, por sua vez, destaca que a conta não fecha ao final do mês. O déficit mensal é de R$ 7 milhões. Além disso, toda a verba recebida é utilizada para custear o hospital.
Atendimento e questão salarial
Segundo o promotor, a crise financeira está afetando a qualidade do atendimento prestado à população. “Deficiência, falta de medicamento, falta de material. Material para cirurgia alguns equipamentos quebrados que não são consertados ficam abandonados coisas que ainda estão nas caixas que não foram utilizadas, toda uma questão que os médicos levam pra gestão e não tem o retorno pelo contrário alguns são mandados embora”, enumera.
A dívida trabalhista também é enorme: são mais de R$ 55 milhões comprometidos.
Após a intimação do MP, a Santa Casa tem até o final deste ano para adequar seu atendimento às cláusulas previstas no contrato com o SUS (Sistema Único de Saúde).
Adicione Comentário