COTIDIANO

Prefeitura diz que 40% dos ônibus não vão rodar e suspende rodízio nesta quinta

Quarto dia de greve dos caminhoneiros causou crise de abastecimento na capital

Publicado às 10h25

G1

O rodízio municipal de veículos está suspenso nesta quinta-feira (24) por causa da paralisação de caminhoneiros pelo país, que afeta o abastecimento de combustível nas distribuidoras e para o sistema municipal de transporte. Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que cerca de 40% da frota de ônibus da cidade não deve circular.

Na noite de quarta-feira (23), muitos motoristas correram aos postos de combustíveis de São Paulo para abastecer seus veículos e encontraram preços mais altos para a gasolina e etanol.

Ainda de acordo com a Prefeitura, a “Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes determinou que a SPTrans e a CET reforcem as equipes de rua para orientar os passageiros e motoristas sobre as mudanças.” A administração municipal vai solicitar à Justiça que determine a suspensão dos bloqueios aos centros de distribuição de combustível.

As empresas mais afetadas são as seguintes:

Zona Norte
  • Norte Buss (atende Cachoeirinha/Pirituba/Perus/Morro Doce)
Zona Leste (atendem São Miguel Pta/Cidade AE Carvalho/Ponte Rasa/Cidade Patriarca/Guaianases)
  • Qualibus
  • Transunião
  • Express
  • Pêssego
  • Via Sul
  • Imperial
Zona Sul (atendem Varginha/Grajau/Parelheiros)
  • A2
  • Gatusa
  • Transkuba
  • Transwolff
Zona Oeste (Atende Morumbi/Butantã)
  • Alfa Rodobus
Um dia de combustível

O sindicato que representa as empresas de ônibus de São Paulo diz que a maioria das companhias têm apenas combustível suficiente para rodar apenas nesta quinta-feira.

Segundo o SPUrbanuss, das 14 empresas concessionárias associadas, oito estão com reservas de diesel suficientes para uma operação parcial nesta quinta-feira. As outras seis empresas informaram que o óleo diesel em estoque é suficiente para manter a operação da frota até esta sexta-feira.

As empresas se reuniram com representantes da Prefeitura de São Paulo para buscar alternativas, como o reforço da segurança para os caminhões que levam combustíveis até as garagens.

Para esta quinta-feira, os ônibus que fazem viagens mais curtas e que costumam finalizar o dia com alguma reserva vão rodar com combustível extra. Os veículos que fazem longas distâncias vão rodar com o tanque cheio. A previsão do sindicato é que se o abastecimento não for normalizado, na sexta-feira muitas empresas não conseguirão colocar a frota de ônibus nas ruas.

Paralisação afeta abastecimento de combustível na cidade; ônibus já sofrem sem diesel
Rodovia Anchieta, na altura do km 24/Foto: Reprodução/TV Globo)
Segurança

A Secretaria de Segurança Pública diz em nota: “a Polícia Militar informa que adotou as medidas necessárias para liberação dos caminhões de combustíveis que irão abastecer os ônibus utilizados nos transportes públicos do Estado de São Paulo”.

A Metra, empresa que administra o corredor ABD, diz que a operação está normal, por enquanto, “mas o armazenamento de combustível não é suficiente para uma semana”. “A empresa analisa alternativas, mas entende que será difícil encontrar um fornecedor ou mesmo um outro operador que possua armazenamento suficiente, pois o volume de veículos é muito grande.”

Em nota, a EMTU disse que “devido à greve dos caminhoneiros autônomos nos últimos dias as empresas de ônibus metropolitanos estão enfrentando problemas de abastecimento da frota nas regiões de São Paulo, Baixada Santista, Campinas, Vale do Paraíba/Litoral Norte e Sorocaba. A EMTU/SP orientou as concessionárias e permissionárias a priorizar a operação nos horários de pico e nas linhas onde há maior número de passageiros transportados.”
Postos sem combustível

Corrida aos postos é desnecessária agora, diz sindicato do comércio varejista em SP. José Alberto Gouveia, presidente da Sincopetro, informou que postos trabalham com dois a três dias de estoque. Motorista deve denunciar postos que aumentarem os preços dos combustíveis em razão da greve.

Desabastecimento

Ceagesp deixa de receber frutas e Correios suspendem entrega com hora marcada. Terceiro dia de manifestação dos caminhoneiros tem reflexos nos serviços oferecidos na Capital.

Aeroportos

Um relatório da Infraero desta quarta-feira apontou que os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e os de Palmas (Tocantins), Recife (Pernambuco), Maceió (Alagoas) e Aracaju (Sergipe) tinham combustível suficiente para abastecer as aeronaves até esta quarta, em razão da greve de caminhoneiros e do bloqueio às distribuidoras.

Em nota, a Infraero informou estar “monitorando o abastecimento de querosene de aviação por parte dos fornecedores que atuam nos terminais e já alertou aos operadores de aeronaves que avaliem seus planejamentos de voos para que cada um possa definir sua melhor estratégia de abastecimento de acordo com o estoque disponível na origem e destino do voo”.

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