Publicado às 14h
Um espetáculo com olhar bem humorado, um desfile de personalidades que
possuem a natureza do mal, os pecados do teatro e as vaidades dos atores.
Marcelo Serrado interpreta um conferencista, uma espécie de palestrante,
que reúne e analisa trechos da obra de Shakespeare e ao mesmo tempo
vive os personagens. “Estava encenando Rain Man quando o Zé Wilker me
apresentou o Shakespeare’s Villains. Tinha um desejo de ser dirigido e de
fazer um espetáculo com ele”, conta Marcelo Serrado que protagoniza o
espetáculo solo dirigido por Sergio Módena e produzido por Eduardo Barata.
O espetáculo recebe patrocínio da Vivo, e do Banco Itaú, através da Lei
Rouanet, e a Avianca como transportadora oficial.
O texto estreou em 1998, na Inglaterra, foi encenado pelo próprio Steven e
indicado para o prêmio The Society Laurence Olivier Award de Londres,
como melhor espetáculo. Em 2000 ganhou o Prêmio americano de Teatro
LA Weekly para Solo Performance.
“É muito interessante pra um ator representar vários vilões. É onde estão
os arquétipos, o dissimulado, tirano, vingativo… Essa colcha de retalhos é
genial. Shakespeare, através de seus personagens, mostra causa, motivo e
justificativa para que possamos compartilhar uma jornada psicológica, no
lugar de condenar a maldade”, analisa Serrado. Sobre a temporada em São
Paulo, o ator confessa: “Sempre que pensei em ficar em cartaz em SP, quis
estar no Teatro Eva Herz, por ser a cara da peça. Um teatro pequeno, com
uma excelente trajetória de espetáculos e super apropriado para a
montagem dos Vilões. O espetáculo está bem bacana. O público está
curtindo muito e temos tudo para agradar o público paulista”.
Marcelo Serrado completou, em 2017, 30 anos de carreira com 50 trabalhos
na televisão, mais de 40 no teatro e 14 no cinema, além de inúmeros
prêmios de reconhecimento artístico. Sobre seus novos projetos, Serrado
diz: “Agora estou dedicado ao espetáculo e fazendo dois longas: CRÔ 2,
com direção de Cininha de Paula, e VOCÊ NÃO SOUBE ME AMAR, direção de
Pedro Amorim. Em seguida no mês de junho, emendo com a próxima
novela das 20h, de Aguinaldo Silva”
Geraldo Carneiro, imortal da Academia Brasileira de Letras, é o responsável
pela versão brasileira: “É um privilégio trabalhar com textos tão
maravilhosos, extraídos de personagens marcantes da obra do
Shakespeare. Vilões como Ricardo III, Coriolano, Iago, Hamlet, Oberon e
outros que não gosto de pronunciar porque acho que não dá sorte”, brinca o
poeta e dramaturgo.
O diretor Sérgio Módena relata que “Marcelo Serrado trouxe para nossa
montagem sua personalidade irreverente e bem humorada que casa
perfeitamente com a proposta de Berkoff. Muitas vezes ele brinca com os
personagens. Em outros momentos, mergulha fundo na tragédia. Em minha
opinião, as considerações de Berkoff combinadas à dramaturgia de
Shakespeare provocam no espectador uma saudável reflexão sobre o atual
momento que vivemos no Brasil. Isso porque o texto em sua essência traz
algo simples, mas poderoso: alguém que vem contar histórias e que se
permite de vez em quando viver os personagens narrados. E essa
combinação faz com que o público se sinta convidado a mergulhar em
universos de peças que ele provavelmente não conhece. Especialmente o
público brasileiro”.
Em Os Vilões de Shakespeare, o escritor inglês, também reconhecido
mundialmente por seus trabalhos como ator e diretor, investiga o que torna
os vilões tão atraentes para estudantes das artes cênicas e público,
examinando e apresentando alguns dos personagens do bardo inglês. “Uma
ideia maravilhosa a do Steven. A gente apenas transpôs as reflexões para o
contexto do teatro brasileiro” afirma Geraldo Carneiro, que já traduziu 6
peças de Shakespeare e é um apaixonado pelo dramaturgo inglês. “Tenho o
meu “SIM” engatilhado para tudo que é relacionado a ele”, finaliza.
Segundo o crítico do Daily Telegraph e do New York Times: "Em Os Vilões
de Shakespeare, o autor transforma os personagens mais sutis em
caricaturas unidimensionais, grotescas, massacrando o verso com
maneirismos. A peça não tem só vilões típicos, personagens como Hamlet e
Oberon dificilmente poderiam ser identificados como tal. Mas não para
Berkoff, ele vai atrás das cenas de vilania de cada um”.
Os Vilões de Shakespeare
Quando: de 3 de março a 29 de abril. Sábado às 19h e 21h. Domingo às 18h
Quanto: R$80 (inteira). R$30 para os primeiros 34 espectadores que adquirirem seus ingressos na bilheteria do teatro
Onde: Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Avenida Paulista, 2073 – Bela Vista
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