Publicado às 10h
Por Gabriel Cabral
Imagens que circulam nas redes sociais mostram uma torcedora do Palmeiras sendo agredida e expulsa de um vagão do metrô, na Estação Barra Funda. A vítima estava acompanhada por uma amiga. Elas entraram em um trem onde havia dezenas de corinthianos, e uma das torcedoras do time rival exigiu que a alviverde retirasse
a camisa. Vídeos mostram a palmeirense sendo expulsa e agredida por um torcedor do Timão, que a empurra com um chute.
Ambos os clubes repudiaram a atitude dos torcedores do Corinthians. “Heroína não é aquela que se garante com mais de 30 homens no mesmo vagão para falar o que quer e mandar tirar a ‘farda’. Heroína é aquela que está com a amiga, que escuta o que a valente tem para falar e não perde a cabeça em momento algum. “Mexeu com uma, mexeu com todas”, afirmou o Palmeiras. Já o Corinthians se desculpa, lamenta e repudia qualquer ato de violência.
“Sou torcedora do Corinthians, e é inadmissível que, em pleno 2018, ainda exista isso, esse ódio entre torcidas, esse preconceito com mulheres no futebol. O pior de tudo é saber que outra mulher foi a “causadora” disso tudo. A situação piora quando um bruto chuta a mulher do vagão. Qual a necessidade de expor sua igual a essa humilhação? O Corinthians emitiu uma nota de repúdio ao ato covarde, mas creio que a instituição deveria fazer bem mais. A hashtag #RespeitaAsMinas, por si só, não servirá de nada. Temos que dar exemplo, disse Hérica Moraes, de 25 anos.
O assunto levanta um debate sobre a violência e a agressividade nos tempos atuais. A morte de um homem em Pirituba, encontrado em uma geladeira, e a guerra travada entre políticos e seus seguidores nas redes sociais demonstram um completo descontrole sobre o surgimento do ódio, até por parte do cidadão – que não domina seus sentimentos. As violências físicas e verbais também dizem respeito aos próprios objetos de discussão. É inaceitável que torcedores não consigam manter a compostura e saiam “na mão” uns com os outros. O mesmo se pode dizer sobre os políticos, que, em vez de apresentarem propostas, gastam tempo, garganta e até dinheiro para atacar outros candidatos.
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