Publicado em 17/12/2025 às 10h01
Por Redação
Os patrimônios materiais, imateriais e ambientais dos distritos paulistanos da Brasilândia e da Cachoeirinha são o tema central dos livros “Brasilândia – O bairro da gente” e “Cachoeirinha – O bairro da gente”. As obras se destacam por um diferencial marcante: foram escritas por estudantes da Rede Municipal de Ensino, que assumiram o protagonismo na investigação e na produção de conteúdos sobre os territórios onde vivem.
Em ambos os projetos, cada turma ficou responsável por pesquisar um tema, que se transformou em capítulo dos livros. Os estudantes realizaram pesquisas de campo, visitas a patrimônios locais, debates em sala de aula e receberam convidados nas escolas, vivenciando um processo formativo que integrou leitura, escrita e sentimento de pertencimento. As publicações contam ainda com a participação de escritores convidados — Marta Góes, na Brasilândia, e Marcus Aurelius Pimenta, na Cachoeirinha — além das ilustrações do Estúdio Rebimboca.
Entre os temas abordados estão manifestações culturais, espaços de convivência e referências históricas dos territórios. Na Brasilândia, a obra apresenta capítulos sobre o funk no Elisa Maria, a Rua Parapuã, as tradições do samba e as memórias da comunidade. A visita de integrantes do grupo Samba do Congo à escola resultou em relatos históricos e de memória, como o texto produzido pelas alunas Emily Vitória Novais, Laryssa Aparecida Borba e Yasmin Bueno de Camargo.
Já na Cachoeirinha, ganham destaque locais como o Parque Linear do Córrego do Bispo, a Praça Pakalolo, o Terminal Cachoeirinha e o Centro Cultural da Juventude (CCJ) Ruth Cardoso, que também sediou o lançamento da obra. A pesquisa sobre o CCJ incluiu uma visita de campo, que gerou depoimentos coletivos, como o texto elaborado pelos alunos Arthur Santos, Gustavo Firmo, Deivid Fernandes, Lincoln Moraes, Yudi Oliveira, Anna dos Santos e Gustavo dos Santos.
A diversidade de gêneros textuais é um fio condutor comum às duas publicações, que reúnem contos, crônicas, poemas e textos informativos produzidos pelos estudantes. As cartas de abertura, assinadas pelas equipes das Diretorias Regionais de Educação (DREs), destacam a construção coletiva das narrativas e a força dos saberes locais, valorizando memórias, identidades e visões de mundo plurais.
Produzidos pela Editora Olhares, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, os livros terão tiragem de 1.750 exemplares, destinados ao uso didático nas escolas das regiões. As obras passam a integrar uma nova coleção da Editora Olhares, inspirada no projeto A Cidade da Gente, que completa 10 anos em 2025 e já percorreu mais de 40 cidades brasileiras.
Na Brasilândia, participaram nove turmas de cinco escolas: EMEF André Alckmin, EMEF Cecília Moraes de Vasconcelos, EMEF Jardim Guarani, EMEF Senador Milton Campos e EMEF Theo Dutra. Na Cachoeirinha, o trabalho envolveu nove turmas de quatro unidades: EMEF Prof. Gilberto Dupas, EMEF Marcílio Dias, EMEF Neir Augusto Lopes e EMEF Sebastião Nogueira.
Foto: divulgação




















