Publicado em 02/03/2022 às 9h
por Redação
O mês de fevereiro foi marcado por violência recorde no trânsito da capital. Dois ciclistas foram vítimas fatais de acidentes causados por motoristas com sinais de embriaguez. Um deles, de 44 anos, faleceu enquanto pedalava na Rodovia dos Bandeirantes, em Pirituba, com destino ao município de Jundiaí. O motorista, de 28 anos, foi preso em flagrante após realizar o teste de bafômetro – que comprovou o consumo de bebida alcoólica. Poucos dias antes, em outro ponto da capital, o jovem Claudemir Kauâ dos Santos Queiroz, de 17 anos, pedalava na Avenida Corifeu de Azevedo Marques quando foi atropelado e morto por um motorista que se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Os dois casos evidenciam o quão violento está o trânsito para quem se aventura a pedalar pelas ruas da capital. Para se ter ideia, de acordo com o Infosiga, banco de dados do governo estadual que reúne informações de acidentes de fontes diversas, 41 ciclistas foram mortos na cidade só no ano passado – número recorde desde 2015, quando se iniciou a série histórica.
Contra essa onda de violência, ciclistas e familiares das vítimas se mobilizaram para cobrar políticas públicas que preservem vidas no trânsito. No dia 10 de fevereiro, parentes do jovem Kauã, que trabalhava como entregador de aplicativo, protestaram e colocaram uma “ghost bike” no local do acidente, sinalizando que ali um ciclista havia sido atropelado. No dia 20 de fevereiro, o grupo “Ciclismo é Vida” organizou novos protestos motivados pelo acidente na Rodovia dos Bandeirantes.
Em resposta à mobilização, a Prefeitura de São Paulo destaca que a cidade tem hoje mais de 695 km de vias dedicadas às bikes. Lançado em 2019, o Plano Cicloviário deverá ser ampliado até 2024, com a implantação de 300 km de novas ciclovias e ciclofaixas. Para este ano, 157 quilômetros já estão definidos. Com relação à violência no trânsito, a administração municipal incluiu em seu Plano de Metas a redução do índice de mortes para 4,5 por 100 mil habitantes. Para alcançar a meta, duas medidas são previstas pela Prefeitura: reduzir a velocidade máxima em vias importantes e aumentar o tempo de travessia para pedestres. A CET, por sua vez, destaca que tem ampliado a sinalização de segurança na cidade, com a pintura de faixas de pedestres e adoção de áreas calmas.
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