Festival Yvy Porã na TI Jaraguá recebe pré-estreia do filme Para’í: longa foi gravado na região com a participação da comunidade

Publicado em 17/04/2023 às 910h

por Redação/via Agência Brasil

Em celebração ao Dia dos Povos Indígenas, o Jaraguá foi palco de uma grande festa no último domingo, 16 de abril, com a realização da segunda edição do festival “Jaraguá é Guarani Yvy Porã”, que tem como princípio a valorização da cultura e história das aldeias indígenas. Um dos destaques do festival foi a pré-estreia do longa-metragem Para’í, assinado pelo diretor Vinicius Toro, cujo cenário foi a própria TI Jaraguá. A comunidade indígena também participou ativamente da produção e roteiro do filme, que tem como enredo a realidade indígena. O longa estará em exibição nos cinemas a partir desta quinta-feira, 20 de abril. “Tudo que passou nesse filme é a nossa vida mesmo. Nós continuamos assim dessa mesma forma, vivendo, resistindo, preservando essa floresta, cuidando desses animais”, destacou Sonia Ara Mirim, da comunidade guarani do Jaraguá, que participou como atriz e roteirista. Confira o trailer a seguir:

Realidade

O filme, que foi exibido sob uma tenda dentro de uma área de Mata Atlântica, conta a história de duas crianças indígenas que se aventuram para fazer com que algumas sementes de milho colorido guarani germinem e cresçam. Nessa caminhada, elas se deparam com muitos dos elementos que marcam a vida da comunidade indígena do Jaraguá: a luta pela demarcação das terras e a falta de espaço para plantar; os incêndios criminosos; o contraste da religião tradicional indígena e a evangélica; e a valorização da língua guarani. “Quando a gente faz um filme como esse, ele retrata a nossa realidade. Não adianta a gente fazer um filme aleatório. Isso aqui é verdadeiro, aconteceu. Nós temos o nosso modo de vida e precisava ser mostrado”, diz Mirim. Ela destaca ainda as dificuldades para o reconhecimento do seu povo. “Nada é fácil para nós. Sempre tem algo que impede os povos indígenas aqui do Jaraguá de serem vistos como somos, nos impede de mostrar nossa cultura. Muitos falam que nós não somos indígenas, que aqui é uma favela, e a gente tinha que mostrar o contrário disso. Sempre estamos procurando mostrar quem somos.”