Publicado em 19/02, às 9h40
Por Priscila Perez
“Não teremos obras paradas nesta gestão”, sentenciou João Doria ao anunciar a parceria com a espanhola Acciona na construção da Linha 6-Laranja. Com este lema, o governador de São Paulo prometeu reativar todas elas, de modo concreto, até junho deste ano. O segundo grande obstáculo a ser superado é o Rodoanel Norte, a última etapa do anel viário Mário Covas, que foi alvo de fraudes, corrupção e superfaturamento.
Disposto a destravá-lo ainda em 2020, o governo paulista anunciou na última terça-feira, 18 de fevereiro, em publicação no Diário Oficial, a realização de uma audiência pública sobre o tema. Na ocasião, será apresentado o projeto de retomada das obras. A informação é ratificada pela Secretaria de Logística e Transportes. Nos bastidores, a expectativa é que o edital seja publicado entre março e início de abril.
Canteiros abandonados
O trecho norte acumula danos graves em sua estrutura – mais de um por quilômetro. É o que aponta o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em sua auditoria. Há 59 “grandes anomalias” no empreendimento, como túneis com infiltrações, erosão de taludes, pilares desaprumados, revestimentos trincados, além de rupturas e erosões – problemas que deverão ser resolvidos para que a rodovia se torne segura para os motoristas. Ao todo, foram identificadas 1.291 falhas no Rodoanel Norte, algumas insignificantes e outras mais graves.
A construção do trecho norte, que se arrasta desde 2013, foi alvo da Operação Lava Jato por fraudes e suspeitas de superfaturamento envolvendo as maiores empreiteiras do país. Para se ter ideia, o Ministério Público estima um prejuízo de R$ 480 milhões para o governo paulista por corrupção, que ainda deverá desembolsar R$ 2 bilhões a mais, além dos R$ 7,3 bilhões já aplicados na obra, para concluir o anel viário.
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