Publicado às 10h20
G1 São Paulo
O Ministério Público Federal (MPF) divulgou nesta segunda-feira (13) que a Justiça Federal determinou o afastamento das funções públicas e da atuação em empresas privadas de oito dos 14 denunciados por suspeita de envolvimento em desvio de dinheiro em obras do trecho Norte do Rodoanel.
Entre os denunciados, estão servidores da Dersa, empresa paulista de infraestrutura viária, e de empreiteiras que participaram da construção da obra. Segundo o MPF, outras seis pessoas que foram denunciadas no último dia 27 já estão fora de suas funções.
A medida cautelar com pedido de afastamento tinha sido requerida pela Força Tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo no dia em que a denúncia foi feita.
Segundo a denúncia do MPF, os acusados integram uma organização criminosa que fraudou licitações dos lotes 1, 2 e 3 do trecho Norte do Rodoanel. Os crimes ocorreram entre outubro de 2014 até a deflagração da operação, em junho passado, no período da gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e de Márcio França (PSB), vice de Alckmin que assumiu em abril.
O Ministério Público Federal estima que houve um sobrepreço de mais de R$ 600 milhões nos custos da obra. Os 14 acusados de envolvimento nas irregularidades são agentes públicos da Dersa e funcionários da OAS, da Mendes Júnior e da Isolux, responsáveis pelos lotes cujas fraudes estão apontadas na primeira denúncia do MPF.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Dersa e da OAS, e aguarda retorno. A reportagem não conseguiu contato com as empresas Mendes Junior e Isolux-Corsán.
Segundo a decisão da Justiça que determina os afastamentos, a medida é necessária “como forma menos gravosa” de garantia da ordem pública e econômica que a prisão preventiva, e, “indispensável para, senão impedir, ao menos reduzir os riscos de reiteração criminosa contra a sociedade e a economia”.
Respostas por escrito
Na mesma decisão, publicada nesta segunda-feira (13) no site da Justiça Federal, a juíza Maria Isabel do Prado, titular da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, determinou a notificação dos 14 acusados para que apresentem “respostas escritas no prazo comum de 15 (quinze) dias” à denúncia do MPF.
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