Publicado às 13h10
Por Gabriel Cabral
Há 131 anos, em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea que pôs fim à escravidão no Brasil. Na mesma data, desta vez em 2019, o prefeito Bruno Covas (PSDB) também deu um importante passo rumo à libertação de muitos munícipes que seguem acorrentados no trânsito da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, em Pirituba. O tucano assinou a autorização que libera o início das obras da tão falada e questionada ligação viária Pirituba – Lapa, popularmente conhecida como Ponte da Raimundo.
Em reunião fechada, o prefeito se encontrou com diversas autoridades políticas e técnicas para a assinatura do documento. Compareceram ao evento o secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, Vitor Aly, e o vereador Eliseu Gabriel (PSB), que esteve envolvido durante décadas na luta pela ponte. O parlamentar comemora a conquista, mas avisa que irá fiscalizar o processo de andamento das obras.
Antes de assinar o documento, Covas prometeu que, em até três semanas, estará na região para comemorar junto à população o início real da obra, que tem valor de contrato, englobando as intervenções viárias e de drenagem, de R$ 200 milhões. Além desses números, também estão previstos gastos com desapropriações, gerenciamento e fiscalização, enterramento de redes e compensações ambientais. O custo total do empreendimento está estimado em R$ 386,5 milhões, segundo a Prefeitura.
Comemoração
“É uma grande vitória nossa, da população de Pirituba e do Jaraguá. É uma briga de 40 anos”, disse Eliseu Gabriel. “Por incrível que pareça, há oito anos, apesar de toda a luta, poucas pessoas na Prefeitura sabiam da necessidade dessa ponte. Recentemente, com a nossa insistência, abaixo-assinados e muita gente trabalhando, a Prefeitura entendeu essa necessidade e viu que é uma obra fundamental”, finalizou.
“Esta é uma ligação indispensável por conectar novamente o bairro de Pirituba à cidade de São Paulo, além de
permitir que a população demore menos tempo para fazer esse deslocamento. Portanto, é importantíssima, do ponto de vista econômico e financeiro, para a região”, afirmou o secretário Vitor Aly.
O deputado Marcos Zerbini (PSDB) também falou sobre a obra. “A ponte vai ajudar muito na questão de Pirituba com o trânsito, pois a grande dificuldade da região é seguir para a Lapa. Esse sempre foi o problema”, resumiu. “Com certeza, ao final da obra, haverá benefícios, qualificação e melhoria da qualidade de vida e do transporte público. Quem vem de Perus ou Taipas irá chegar ao bairro da Lapa mais rápido”, comemorou o vereador Fábio Riva (PSDB). Paulo Frange (PTB) também esteve na reunião e aplaudiu a conquista.
Verba e obstáculos
Passadas as questões burocráticas e de desapropriações, que também afetaram o andamento do processo, a falta de verba por parte da Prefeitura foi um dos principais entraves que frearam o início da obra milionária. A ponte, inclusive, está incluída na Operação Urbana Consorciada Água Branca (OUCAB). Inicialmente, o dinheiro viria de leilões de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs), mas, segundo o secretário Vitor Aly, a verba que dará o ponto de partida ao empreendimento sairá do Fundo de Desenvolvimento
Urbano (Fundurb), da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. “A verba vem do Fundurb. Já temos equacionados para o biênio 2019-2020 cerca de R$ 114 mi para esta obra”, disse.
Cara e tecnicamente difícil, a Ponte da Raimundo traz diversos desafios à Prefeitura. A proximidade com o Rio Tietê, a drenagem e o reforço de galerias, além da negociação para a desapropriação da Vila dos Engenheiros (antiga Fepasa), são alguns deles.
Assista a entrevista:
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