Publicado em 06/02, às 12h
Por Priscila Perez
Ao determinar a concessão dos terminais de ônibus da capital à iniciativa privada, a Prefeitura de São Paulo planeja colocar em prática um projeto ambicioso de desenvolvimento urbano, inspirado em metrópoles como Hong Kong, Tóquio e Nova York.
Por aqui, a ideia é estimular o adensamento populacional no entorno desses equipamentos com comércios e moradias, conforme prevê o Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade. A ousadia vem do fato de que essas locações serão construídas sobre os 31 terminais da capital, incluindo os da zona noroeste, como já acontece lá fora. Estão previstos mais de 500 apartamentos. Assim, além de operar e zelar pela manutenção, requalificação e conservação desses espaços, o futuro concessionário poderá explorá-los comercialmente e obter retorno financeiro com a operação, já que a Parceria Pública-Privada (PPP) será válida por 30 anos.
Os terminais Lapa, Pirituba e Cachoeirinha também estão inseridos nesse projeto e devem receber moradias no futuro. De acordo com o edital, o vencedor que abocanhar o bloco noroeste, do qual fazem parte, poderá explorar comercialmente até 21.714 metros quadrados de área nesses terminais. Porém, desse total, quase 11 mil m² serão destinados à locação residencial. Na prática, isso significa construir 217 apartamentos de, pelo menos, 50 m². Já no restante do espaço, a construtora ficará livre para erguer pequenos shoppings, galerias ou escritórios.
Engana-se, porém, quem pensa que o alvo da ação é a população de baixa renda. Inicialmente, o objetivo é conquistar o mercado imobiliário com opções mais atrativas, já que essas moradias estão localizadas em importantes eixos de transporte da cidade. Só depois, ao final da concessão, que a Prefeitura terá a chance de transformá-las em habitações de interesse social (HIS) – mas não é uma promessa.
A expectativa de arrecadação é de R$ 14,52 milhões ao mês. Vencerá a concorrência quem oferecer a maior contraprestação mensal. As propostas deverão ser entregues até o dia 19 de fevereiro.
Cronograma
Segundo a Prefeitura, a reforma dos terminais deverá ser entregue dois anos após a assinatura do contrato de concessão. Já a conclusão dos apartamentos tem um prazo maior: cinco anos.
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