Publicado às 8h
Por Cristina Braga
Três amigos de infância, que moravam na mesma rua, tiveram uma ideia: juntaram-se para compor letras e cantar suas músicas em um bar, no Morro Grande, bairro vizinho à Vila Brasilândia. Dessa experiência, em 2011, Alexandre Mandinho, Márcio Bonfim e Fernando Ripol resolveram resgatar a história da raiz do samba e compartilhar experiências na Casa de Cultura da Brasilândia, onde promoveram o tradicional encontro com compositores do Samba do Congo.
“Ficamos sete anos no espaço e por lá passaram Dona Maria Helena (embaixatriz do samba paulista), Waldir di Ka, Luizinho do Pandeiro e Luz Nascimento, entre outros ‘bambas’. Um incentivo aos novos compositores a se apresentarem junto com a velha guarda”, diz Márcio Bonfim, um dos fundadores do Samba de Congo na região.
Vale lembrar que o grupo nasceu em um bairro que tem como uma das artérias principais a Avenida Elísio Teixeira Leite, antes chamada de Estrada do Congo.
Sede própria
Contemplados com a Lei de Fomento à Periferia, em 2017, o projeto Ubuntu- Letra, Harmonia e Ritmo, do grupo de amigos, ganhou, há quatro meses, sede própria, e toda terça-feira recebe compositores em sua nova sede – a Frente de Resistência do Samba do Congo.
Lá, a roda começa às 19h30, e a entrada é gratuita, assim como as oficinas oferecidas no espaço, com destaque para as aulas de canto, percussão, violão e cavaquinho, além do samba-rock. A iniciativa proporciona uma
verdadeira pesquisa da cultura brasileira, arte e poesia, com aprendizado de novos instrumentos. “Qualquer pessoa pode trazer uma letra autoral e cantar na roda. Temos até criança compositora. Vamos valorizar o samba paulista”, diz Márcio Bonfim. Já Fernando Ripol define a Frente como um “quilombo urbano que tem o samba como ferramenta principal de transformação social e educacional”.
A sede do projeto fica na Rua Manoel de Souza Azevedo, 48, no Morro Grande.
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