Publicado às 10h20
Jornal Agora
Usuários do transporte público na capital e na Grande São Paulo, insatisfeitos com a distância de comunicação entre os órgãos oficiais e a população têm se dedicado a divulgar em tempo real informações sobre o funcionamento de metrô, trens e ônibus, por meio de redes colaborativas na internet.
No Twitter, perfis como Diário da CPTM, Mobilidade Sampa e CPTM Noticiando têm milhares de seguidores que participam ativamente na alimentação das redes, com fotos, vídeos e atualizações sobre problemas. Algumas dessas páginas são referências. No Twitter, o Diário da CPTM, por exemplo, tem 171 mil seguidores.
Atualmente, a conta do Facebook do Diário da CPTM já supera a da companhia estatal em número de curtidas – 258 mil contra 181 mil na página da empresa. O fotógrafo e estudante de jornalismo William Moreira, 28 anos, é um dos administradores do Diário da CPTM. Ele diz que enquanto a companhia se limita a anunciar as falhas na rede, sua página dá detalhes do impacto nas linhas e no cotidiano de quem depende dos trens. “A gente fala onde tem atraso, o quanto o usuário tem que esperar, estado de lotação das estações.”
Filtro
Isso possibilitava a circulação das informações, mas de uma forma ainda muito pulverizada.
Silva criou o perfil CPTM Noticiando naquele ano, para servir como filtro. “Eu mudei de região naquela época [trocou a zona leste pela sul], e passei a conhecer as dificuldades do sistema, sobretudo em relação a comunicação”, diz.
Passados sete anos, o CPTM Noticiando tem atualmente mais de 13 mil seguidores e também informa sobre ônibus e metrô. A rede conta com três amigos, e 257 colaboradores assíduos.
De olho
O alcance e representatividade das redes colaborativas são reconhecidos pelos órgãos oficiais. A CPTM, por exemplo, realiza reuniões regulares com os representantes, e a SPTrans afirma manter contato frequente com esses perfis para a divulgação de informações.
Faltava informação durante a greve
O Mobilidade Sampa, site colaborativo de notícias sobre o transporte público da capital, cresceu principalmente quando os órgãos oficiais falharam em atender às demandas da população durante a greve dos metroviários de 2014.
O criador de sites Eduardo da Silva, 36 anos, afirma que na época sentia dificuldade para encontrar informações precisas na internet sobre a greve. “As notícias eram difundidas de maneira muito confusa e faltava informação para o dia a dia dos usuários”, afirma.
A partir daí ele ele passou a usar a sua conta pessoal no Twitter para informar sobre os efeitos da greve para quem precisava do metrô. E criou o Mobilidade Sampa, que ganhou grande visibilidade com o evento – hoje, a conta possui mais de 16 mil seguidores.
Um ano antes da greve, Silva morava em Curitiba, onde trabalhava no canal 156 da cidade. “Com isso, comecei a ter noção das demandas da população em relação aos serviços públicos”, conta.
Atualmente mesmo depois de os órgãos responsáveis aderirem às redes sociais, os sites como de Silva e perfis colaborativos se mantêm relevantes graças à proximidade com o usuário.
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