Publicado em 03/05/2021 às 08h45
Por Redação/SECOM
Saiba quais atitudes tomar para minimizar os efeitos da Covid-19 no seu emocional
Após mais de um ano enfrentando a pandemia causada pelo novo coronavírus, além de sequelas físicas causadas na maioria dos pacientes, a Covid-19 pode deixar marcas emocionais em todas as pessoas. Até mesmo aquelas não infectadas pelo coronavírus sofrem os impactos provocados pela doença.
O isolamento social necessário para a diminuição do contágio, a mudança da rotina, o luto pela morte de pessoas da família, do ciclo de amigos e até mesmo ídolos, a perda do emprego, o enfrentamento direto da doença, o desafio diário de se reinventar são alguns desses impactos.
Quando o cotidiano muda de forma significativa e negativa, a saúde mental fica abalada e diminui-se a qualidade de vida. O estresse, o cansaço e a ansiedade constantes podem levar à insônia, compulsão alimentar, quadros de irritação, depressão e exaustão física e emocional.
A terapeuta ocupacional Paula Pavan, assessora técnica da área técnica de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), aponta os diversos desafios trazidos pela pandemia de Covid-19 na nossa saúde mental. Ela ressalta que todas as adaptações para o enfrentamento da Covid-19 vieram para ficar.
“Todos nós estamos muito cansados, ninguém está isento do aumento dos sintomas psíquicos e dos transtornos mentais, que se manifestam em forma de depressão, ansiedade, medo e luto para aqueles que perderam algum ente”, detalha a profissional.
Ela ainda observa que tem também os sofrimentos de ordem externa, como a perda de emprego que se transforma em estresse, em medo de não ter como sustentar a família. “Os profissionais da saúde estão numa situação extremamente delicada. São situações limite. E essa onda se manifesta em cada um de nós de maneira singular”, completa.
A terapeuta concorda que, com o passar do tempo, a desesperança bate e só o tempo vai mostrar de fato como uma pessoa vai reagir diante de tudo isso que está acontecendo.
Aprendizado da pandemia
Paula destaca que as pessoas mais extrovertidas, que gostam de sair, as que moram sozinhas, as que trabalham diretamente com a doença, que tiveram a sua rotina alterada pelo home office, que não têm hora para terminar, ou pelo desemprego, bem como as que perderam pessoas próximas, são naturalmente as mais impactadas.
A pandemia traz muitas consequências para a nossa vida e a sociedade como um todo vai ter que se adaptar ainda mais. “Eu, particularmente, acho que o grande aprendizado desta pandemia é a nossa grande falta de controle da vida. A gente passou a se dar conta disso e ‘é o que temos pra hoje’”, comenta.
Mesmo com tantos desafios, a terapeuta aponta que neste processo é necessário aprender a tolerar, não ter resposta para tudo e- principalmente- cuidar da nossa saúde física. Nesse sentido, ela elenca pontos fundamentais que impactam na saúde mental:
– Cuidar da alimentação, com menos quantidade e alimentos mais saudáveis;
– Beber mais água. A hidratação impacta no funcionamento do organismo como um todo;
– Buscar a qualidade do sono, rever a quantidade de horas dormidas e adotar medidas para que o sono seja reparador e sem interrupções;
– Desenvolver uma atividade dentro de casa que não seja ligada às telas (TV, celular, computador, games) e que tenha impacto positivo, como cozinhar, fazer reparos domésticos, etc.
“Quando a pandemia de fato passar ou ser controlada, a gente também vai se adaptar. Vai ser um meio termo para o tal novo normal”, complementa a terapeuta.
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