Publicado em 14/06, às 13h23
por Redação, com informações da Veja SP
Lucas (nome fictício), de 26 anos, foi preso em Taipas após correr dos policiais ao notar a chegada deles, sendo capturado no beco de uma favela. O homem portava duas bolsas com 460 gramas de drogas, segundo os agentes da lei.
Contudo, as gravações das câmeras mostraram que ele estava dormindo em casa, desmontando a versão policial de perseguição e captura. O juiz proferiu a sentença: “Não houve perseguição, mesmo porque, não houve fuga. Não houve atitude suspeita, tampouco fundada suspeita. Houve, sim, invasão, violação do asilo inviolável do ser humano, sem qualquer justificativa, pois, quem dorme, não tem condição de autorizar a entrada (…). Espantei-me quando tive contato com as filmagens”. Na sequência, o magistrado determinou uma investigação contra os policiais que mentiram na hora da prisão, na delegacia e, depois, no julgamento.
O acusado tinha antecedentes criminais e passou quatro meses preso, sendo inocentado no julgamento graças às câmeras acopladas aos coletes dos policiais que fizeram as detenções.
Outros casos de injustiça também foram desvendados com as imagens das câmeras corporais servindo como prova da violência policial. A Polícia Militar afirmou que todas as denúncias de desvio de conduta são rigorosamente investigadas, com cerca de 3.000 inquéritos instaurados nos últimos quatro anos, resultando em 70% de punições.
As bodycams também são usadas para confirmar crimes, como no caso de Lucas. Desde 2020, a PM de São Paulo utiliza câmeras corporais e, atualmente, conta com 10.125 equipamentos. O governo do estado, sob a gestão de Tarcísio de Freitas, pretende substituir esses dispositivos por 12.000 novos, mas a mudança para gravação manual em vez de automática gerou críticas. O Supremo Tribunal Federal autorizou no dia 11 de junho a continuidade do programa com a condição de prestação de contas em seis meses.
