Publicado às 10h30
Por Gabriel Cabral
Há dois anos, a ideia da Prefeitura de São Paulo era, com o Programa Marginal Segura, acabar com os vendedores ambulantes que arriscam suas vidas na Marginal Tietê, entre as zonas Norte e Oeste em direção ao Centro. Entretanto, apesar do projeto, os trabalhadores continuam a atuar sob risco e dividem espaço com carros, motos e caminhões.
Uma pesquisa informal divulgada pelo portal G1 afirma que cerca de 1600 ambulantes atuam entre as pontes Piqueri e a Avenida Cruzeiro do Sul. Às vezes também é possível encontrá-los na Marginal Pinheiros.
Os produtos vendidos, na maioria das vezes, são sempre os mesmos: águas, balas, chocolates, pipocas e amendoins. Em conversa, um deles conta que em um dia produtivo conseguem lucrar cerca de R$70 ou R$80. A maioria deles prefere não dar entrevistas, estejam os profissionais com câmeras ou microfones.
O início da história que obrigou estes vendedores a estarem em situação de risco são bem parecidas. A falta de emprego é (quase) sempre o primeiro e principal motivo.
Eles também explicam sobre a lógica e a estratégia que envolve as vendas nas ruas. Dias de sol, por exemplo, são melhores por causa da procura por bebidas, como águas e refrigerantes. Antônio Carlos, de 63 anos, trabalha como ambulante há 14 anos e explica que a disputa pela freguesia nunca foi tão grande. “De 2014 pra cá aumentou muito. Fazer o quê? Não tem emprego, né filho?”, afirma.
A veterana Ana Paula vende seus produtos no local desde os 13 anos. Hoje com 27 anos, ela conta que paga o INSS para garantir sua aposentadoria no futuro.
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