COTIDIANO

Falta de água em hidrantes prejudica combate a incêndios na cidade

Bombeiros reduziram a pressão nas mangueiras e só usaram caminhão-pipa

Publicado às 9h10

por Folha de S.Paulo

O combate às chamas no prédio que desabou na semana passada foi dificultado pela falta de água em hidrantes da região central de São Paulo. Isso obrigou os bombeiros a adotarem uma espécie de racionamento no auge do combate ao incêndio, com a redução da potência de jatos das mangueiras direcionadas ao fogo.

A economia forçada de água ocorreu em uma estratégia para que as mangueiras não ficassem completamente secas enquanto os caminhões-pipa da corporação se revezavam em ação de apoio à operação.

O reservatório de um caminhão com 20 mil litros de água dura aproximadamente 11 minutos em uma ação de combate ao fogo. Dessa forma, há necessidade de logística para fazer reabastecimentos no caso de grandes incêndios.

Falta de água

Essa estratégia se tornou rotina no trabalho dos bombeiros da capital em razão da pequena quantidade de hidrantes espalhados pela cidade e, ao mesmo tempo, do sistema adotado pela Sabesp de reduzir a pressão na tubulação durante noites e madrugadas.

A empresa do governo do estado adota essa medida para evitar vazamentos desnecessários nos canos em períodos de baixo consumo de água.

“Faltou água. A gente lamenta, mas é uma realidade”, disse o major Henguel Ricardo Pereira, que participou dos trabalhos do dia 1º de maio. “Não tem água em São Paulo durante a noite, a rede de hidrantes é pequena. Aí, não tem jeito. Falta água. É um problema comum. Falta água.”

Segundo o oficial dos Bombeiros, no caso do incêndio no prédio de vidro, todas as viaturas que se deslocaram ao largo do Paissandu tiveram dificuldade para trabalhar.

“A falta d’água na região foi tremenda. Infelizmente, a gente tem uma demora para reabastecer e tem que dosar o que está jogando de água para você não ficar sem água”, disse.

Tragédia

A questão da rede de hidrantes de São Paulo é, segundo bombeiros ouvidos pela reportagem, uma das discussões que precisam ser travadas após a tragédia, que deixou ao menos dois mortos e outros seis desaparecidos.

De acordo com esses mesmos oficiais, porém, ainda que houvesse água em abundância na região, seria praticamente impossível controlar o incêndio em razão das características do edifício e da forma como as chamas se alastraram.

O prédio invadido pelos sem-teto tinha muito material inflamável, como papelão e madeira, e a retirada dos elevadores transformou os buracos em verdadeiras chaminés, que jogavam o calor para os andares superiores do prédio.

“Bombeiro nenhum do planeta conseguiria apagar um fogo daquele”, disse o coronel da reserva Sérgio Roberto da Costa Athayde, oficial dos Bombeiros por 20 anos e que ajudou a implantar modelos de combate a incêndio em 17 estados do país.

Para ele, além da rede hidrantes na capital, o incêndio tornou premente a discussão sobre a forma de construção de prédios. Segundo o oficial, projetos arquitetônicos não podem ser divorciados de normas de segurança — caso do edifício que desabou. ​

Outro lado

Procurada, a Sabesp informou que montou um esquema especial para atender os bombeiros na região do largo Paissandu durante o incêndio, incluindo o emprego de cinco caminhões-pipa.

A empresa informou ainda ter “válvulas estratégicas com acionamento à distância”, que permitiram dar vazão mais adequada à água de tubulação durante os trabalhos de combate ao fogo.

Já a Prefeitura de São Paulo disse estar concluindo um plano de gestão dos hidrantes. Segundo o órgão, o projeto tem o objetivo de “estabelecer um processo permanente de monitoramento, manutenção e implantação de equipamentos”, que inexiste até hoje de forma articulada.

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