COTIDIANO

Mais de 878 mil cartões de Bilhete Único são cancelados e apreendidos em SP em 2018

Foram 2,6 mil cartões por dia de janeiro a novembro; número no ano passado é superior ao registrado durante o período total de 10 anos

Publicado às 11h10

G1 São Paulo

Mais de 878 mil cartões do bilhete único foram apreendidos ou cancelados em São Paulo, de janeiro a novembro de 2018, segundo dados da SPTrans obtidos pela TV Globo.

O número é superior ao apreendido ou cancelado durante 10 anos e equivale a uma média de mais de 2,6 mil cartões cancelados por dia. De 2006 a 2015, 796,3 mil cartões haviam sido cancelados.

Nesta segunda-feira (21), o Bom Dia SP mostrou que cartões de Bilhetes Único fraudados com até R$ 250 em créditos são vendidos a R$ 100 pela internet e na porta de estações movimentadas de São Paulo.

Há diversas ofertas de bilhetes fraudados nas redes sociais. Em uma comunidade virtual, que conta com mais de 100 mil inscritos, há desde anúncios de cartões com R$ 230 custando menos que a metade do valor até compradores em busca de bilhetes vazios.

Não foi divulgada pela SPTrans, até o momento, a quantidade de cartões fraudados ainda em circulação nem o prejuízo causado aos cofres públicos.

Em 2017, o então prefeito João Doria (PSDB), atualmente governador do estado, chegou a afirmar que o prejuízo já passava dos R$ 100 milhões. Considerando que em 2018 o número de cancelamentos mais do que dobrou, o prejuízo também ficou maior.

A polícia já chegou a apreender 452 cartões, com R$ 600 mil de crédito, com uma só quadrilha em uma única ação.

O que diz o secretário de Transportes

O novo secretário de Mobilidade e Transportes da Prefeitura de São Paulo, Edson Caram, disse que aposta num novo programa para acabar com as fraudes.

“Pretendemos em um ano, no máximo um ano e meio, estar com um sistema novo, e já com este sistema, independente do que estiver de cartão na rua, fraude zero”, disse. “Ele vai mudar exatamente toda a sistemática do que tem hoje, então você vai ter uma forma muito mais difícil de tetar fraudar um sistema que, praticamente, vai ser impenetrável.”

O Esquema

Os criminosos têm diversificado seus métodos para fugir da fiscalização. Diferentemente do método mais comum, em que um ambulante passa o cartão para outras pessoas na catraca das próprias estações, os fraudadores estão comercializando cartões com recargas falsificadas nas redes sociais.

Os cartões falsos são alimentados por programas de computador que simulam o sistema da SPTrans e conseguem carregar os bilhetes de maneira fraudulenta. Verdadeiras quadrilhas atuam com esse tipo de crime . Os criminosos conseguem transferir e comercializar créditos entre si, para depois revender, em quantias que podem chegar a R$ 30 mil. Casos do tipo são investigados pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Para tentar combater as fraudes de maneira preventiva, a SPTrans diversificou seus métodos de identificar créditos falsos. Se antes o foco estava na vistoria presencial, para apanhar as “mulas” que vendem créditos unitários, desde 2016 há esforços para tornar o processo mais automatizado.

Mais da metade dos cancelamentos (476 mil) ocorre em um processo chamado de “vacina” – quando a SPTrans consegue detectar que aquele crédito é fraudulento, por meio de análise interna de dados, e cancela o cartão automaticamente.

Outra tecnologia que tem ajudado o poder público a detectar fraudes é a câmera que fica acoplada às catracas dos coletivos, para reconhecimento facial. Mais de 200 mil cartões foram cancelados no ano passado com o uso desse dispositivo – neste caso, o equipamento reconhece quando o cartão usado não pertence ao usuário que o cadastrou.

Histórico

Na década de 90, jornais repercutiam a dificuldade para se chegar ao trabalho por causa da falta de integração no transporte público. Foram anos de promessas até que o cartão fosse criado, com operação iniciada em maio de 2004, na gestão da prefeita Marta Suplicy.

Aderiram ao cartão no início 4,2 milhões dos 6,4 milhões de passageiros que utilizavam transporte público na época. Segundo a SPTrans, eram feitas 5 milhões de viagens por dia, 59% pagas com o bilhete. Naquele momento, o passageiro poderia utilizar ônibus quantas vezes quisesse dentro de um intervalo de duas horas, sem pagar a mais por isso.

O sistema passou por diversas modificações e, em dezembro de 2005, também foi criada a integração com Metrô e CPTM, para até quatro viagens, no governo do prefeito José Serra. O cartão ficou conhecido como “bilhete total”. Pouco tempo depois, em 2006, idosos e pessoas com deficiência passaram a ter gratuidade no bilhete.

Entre 2013 e 2014, com o prefeito Fernando Haddad, foram lançadas as diferentes modalidades temporais do Bilhete Único – mensal, semanal e diário.

As primeiras fraudes começaram a aparecer logo no lançamento do cartão, mas com números bem inferiores aos atuais.

A CPTM registrou, de janeiro a novembro de 2005, 351 casos de bilhetes irregulares envolvidos em fraudes. Em 2018, a companhia apreendeu, sozinha, 4,3 mil. Mais de 50 pessoas foram encaminhadas às delegacias pelo crime naquele ano. Naquele momento, a única forma de se detectar uma fraude era por meio de câmeras de monitoramento nas estações.

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