Publicado em 27/12, às 12h30
Por Priscila Perez
Com o desemprego em alta, o trabalho informal tem ganhado as principais vias da capital, como a Anhanguera, além das Marginais Tietê e Pinheiros.
Em tempos de crise, o empenho não é à toa: para sobreviver, os vendedores ambulantes se arriscam por entre os carros, tomam chuva, convivem com lixo e ainda carregam suas mercadorias de um lado para o outro. Quando o trânsito piora, eles abordam os motoristas oferecendo água, refrigerante e até pipoca.
Em um dia comum, o lucro chega a R$ 30. Sem se identificar, um camelô revela o quanto consegue tirar trabalhando de segunda a sexta-feira: R$ 600 por mês – valor inferior ao salário mínimo de R$ 998. Ele atua embaixo da Ponte da Casa Verde, na Marginal do Tietê.
Esses camelôs são, na verdade, trabalhadores desempregados que precisam sobreviver em meio à crise. Em São Paulo, a taxa de desemprego saltou de 13,2%, em 2015, para 16,6% em 2018. Neste ano, o índice continuou no mesmo patamar. Não está fácil para ninguém.
Regularização
Para estimular a regularização e a geração de renda, a Prefeitura de São Paulo lançou há seis meses o programa “Tô Legal”, destinado a quem deseja vender seus produtos – dentro da legalidade – em ruas e avenidas da capital. A expectativa é que sejam regularizados cerca de 45 mil trabalhadores informais.
Com validade de 90 dias, a autorização temporária é emitida após o pagamento de R$ 10,72 ao dia, referente ao Documento de Arrecadação do Município (DAMSP). Além disso, há variação de preço conforme a área escolhida.
Porém, o valor aparentemente barato acaba saindo caro na prática, sobretudo para quem recebe R$ 600 por mês. No caso do camelô citado acima, o investimento seria de R$ 200. Por isso, ele prefere seguir na informalidade, assim como a maioria que tenta ganhar a vida nas ruas.
Adicione Comentário