Publicado em 17/11/2022 às 10
por Redação/via G1
Os moradores que convivem com as “dark kitchens” estão indignados com o projeto de lei que foi aprovado em primeiro turno na Câmara Municipal. Segundo eles, o texto que regulamenta a atividade ignora as reclamações da vizinhança, que vão desde excesso de barulho até mau cheiro e gordura impregnada por todos os lados.

Solução insuficiente
Na Vila Leopoldina, por exemplo, onde foi lançada a primeira “cozinha fantasma” do Brasil, uma senhora chegou a ser retirada de casa após passar mal devido ao forte odor de gordura. Já na Vila Romana, a moradora Mariana Paker teve que lidar com o mau cheiro e encarar uma rotina de home office embalada pelo barulho dos maquinários enquanto trabalhava. Para ela, que mora ao lado de uma dark kitchen, o projeto não representa uma solução para quem já convive com o problema. “O projeto de lei novo é melhor que os outros apresentados para as operações que vão começar a partir dele. Para as operações que já estão vigentes não. É um projeto falho que permite que as operações que já existem continuem funcionando.”

Além do odor e da fumaça, que impedem o simples ato de colocar a roupa no varal, existe também o vaivém de motoboys, que ficam aglomerados nas calçadas e atrapalham o trânsito no entorno desses galpões. Essa é uma das reclamações mais frequentes de quem tem uma dark kitchen ao lado de casa. “Nosso sentimento é de que a Câmara sabe do problema, mas estão buscando uma forma de equilibrar o que a população pede e o que a empresa pede. O problema é que o bem-estar da população não pode ser sacrificado em prol de um ganho econômico”, completa Marcos Rosier, que também mora na Vila Romana.
Diferenças
Pelo texto aprovado na Câmara, haverá dois tipos de dark kitchens a partir de agora: uma com até dez cozinhas num espaço de até 500 metros quadrados e a segunda podendo reunir mais de dez cozinhas em uma área acima de 500 m².

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