Publicado às 12h30
G1 São Paulo
nível do Sistema Cantareira, principal manancial da Grande São Paulo, voltou a cair com o tempo seco e a falta de chuvas. E moradores reclamam de falta d’água nas torneiras durante a noite e a madrugada na capital paulista.
Durante a crise hídrica, o volume útil do Sistema Cantareira acabou no dia 11 de junho e o abastecimento de água começou a ser feito com o volume morto através de bombeamento.
Em 18 de julho de 2015, o nível do Cantareira estava em menos de 10%. No mesmo dia em 2016, o nível havia subido para 47,5%. Em 2017, era de 64,7% e nesta quarta-feira (18) o manancial tinha apenas 41,5% da sua capacidade.
A represa Jaguari é a primeira do sistema Cantareira e serve de termômetro do manancial. Uma área que no ano passado estava coberta por água hoje está totalmente seca.
“Nós temos hoje uma preocupação em função do clima, o clima tá muito seco e a gente depende muito das chuvas para que possa alimentar as represas. Nós não temos uma crise hídrica, nós temos uma condição climática desfavorável. O abastecimento está normal na Grande São Paulo” afirmou o superintendente da produção de água da Sabesp, Marco Antonio Barroz.
Nos últimos 4 anos, a Sabesp diminuiu a dependência do Cantareira com a realização de obras para transferência de água entre rios e o Sistema São Lourenço.
Atualmente, o Cantareira abastece 7 milhões de pessoas na capital paulista e Grande São Paulo. Antes da crise eram 9 milhões.
O lavrador João Batista Quirino diz que a falta de água prejudica a economia local. “Muitas pessoas não querem mais investir na região por causa disso também, acha que a represa vai secar. É uma tristeza quando está bem baixa, todo mundo comenta porque ela é muito bonita quando está cheia”, afirmou.
Torneiras Secas
No Rua Bento Pereira, no bairro do Imirim, na Zona Norte de São Paulo, os moradores reclamam de falta d’água a partir das 22h e de entrada de ar nos canos, o que faz o hidrômetro girar.
“Ocorre geralmente uma água falsa, na verdade. Porque os nossos relógios ficam virando aleatoriamente marcando consumo de água e nós estamos consumindo vento. Essa é a grande verdade”, reclamou o aposentado Edgar Tozzi.
Segundo os moradores da rua, o problema se intensificou nos últimos três meses.
“Tá um absurdo aqui na rua… E o reloginho correndo. Reloginho correndo, correndo… A gente não tem dinheiro mais para ficar disponível para jogar fora”, afirmou a dona de casa Laís Rinaldi.
O aposentado Carlos Yamashiro fecha a entrada de água todo dia às 22h. “Quando volta, volta com muita pressão. Aí é que realmente fica um pouco inviável porque o registro gira com muita velocidade e danifica também a boia”, argumentou.
Há pouco mais de um mês a equipe do Bom Dia SP mostrou as torneiras secas na Barra Funda durante a madrugada. Na época, a Sabesp fez uma vistoria e orientou os consumidores a instalarem caixas d’água. Segundo os moradores, a situação continua a mesma.
A Sabesp disse que a companhia reduz a pressão na tubulação para evitar perdas e que esta medida é adotada por diversos países do mundo e orienta os moradores a ter caixa d’água com capacidade adequada. A empresa diz que não recebeu nenhuma reclamação de ar nos hidrômetros dos endereços exibidos pela reportagem.
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