Publicado às 9h35
Agência Estado
A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 16, a meta de atender as solicitações de tapa-buraco em até 10 dias até o fim de junho. Segundo a gestão Bruno Covas (PSDB), o prazo máximo atual é de 45 dias entre a abertura do pedido no sistema 156 e a resolução do problema.
A meta foi anunciada em agenda oficial na sede da Prefeitura, no centro de São Paulo. Na data, Covas assinou um decreto que prevê maiores exigências às permissionárias e concessionárias de serviços de infraestrutura urbana (tais como telefonia, internet e gás), apontadas como uma das principais responsáveis pela criação de novos buracos na cidade.
O prefeito anunciou ter atendido 41 mil solicitações de tapa-buraco em 40 dias, cumprindo a meta de 38 mil para o prazo (o que representa cerca de 28 mil buracos, pois parte dos pedidos são repetidos). Segundo ele, ainda há 20 mil atendimentos em espera, sendo que cerca de 300 novos buracos são abertos na capital diariamente.
Covas disse, ainda, que de 90 a 100 caminhões trabalham exclusivamente com tapa-buraco, número que era de 30 no início do ano. Ele admitiu, contudo, que o serviço é “paliativo”, e que a solução ideal seria o recapeamento das vias, o que afirma ser inviável em curto prazo.
“O tapa-buraco é um serviço paliativo. O que resolve mesmo é o recape na cidade de São Paulo”, aponta ele, que afirma ter aumentado o investimento de R$ 300 milhões anuais (em 2018) para R$ 400 milhões. “Se esse volume (de investimento) for mantido, talvez em 20 anos, a gente possa ter um viário melhor. Se tivesse sido feito há 20 anos atrás, a gente não teria essa quantidade imensa de buracos.”
“Nós estamos falando de mais de 17 mil quilômetros de vias na cidade. Não há como, em uma gestão, a gente gastar bilhões e bilhões de reais para recapear a cidade como um tempo. O serviço vai sendo feito, mas ele gera um resultado somente a longo prazo.”
A gestão municipal alega que, das reclamações de serviços de tapa-buraco mal feito, 96% são dos atendidos pelas concessionárias. Diante disso, um sistema de monitoramento começou a ser adotado para arquivar imagens dos trechos antes, durante e depois da resolução do problema. Além disso, será necessário informar a gestão sempre que for aberto um novo buraco.
O secretário das subprefeituras, Alexandre Modonezi, ressaltou que, com o novo decreto, as concessionárias deverão manter o padrão da Prefeitura, como o de “recortar” a área do entorno do buraco para fazer o preenchimento, em vez de apenas aplicar o asfalto. “O decreto é o primeiro passo. Sabemos que precisamos melhor.”
Concessionárias
Questionada, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) disse que não foi comunicada oficialmente sobre a mudança incluídas no decreto e que ainda deve avaliar como se adequará às novas regras. A companhia diz que, atualmente, a fiscalização do serviço já é “rigorosa”. Segundo a Sabesp, há “comprovação por foto do reparo realizado; fiscalização in loco pela própria Sabesp e via Central de Atendimento no pós-serviço com os clientes; e empresas de controle tecnológico independentes que analisam em laboratório a qualidade do pavimento”.
A empresa disse, ainda, que já atende às especificações exigidas atualmente por contrato com empresas que fazem a reposição de pavimentos. “Os contratos são de performance e, se as empresas contratadas (pela Sabesp) não atenderem às normas dos padrões de qualidade, são penalizadas pelo índice de desempenho global, que pode significar uma redução de até 30% do valor total a ser pago.”
Responsável pelo abastacimento de gás na cidade, a Comgás disse que executa os serviços “de acordo com as normas aplicáveis” nos casos em que é necessário tapar buraco, e “aguarda a publicação do referido Decreto no Diário Oficial do Município para tomar conhecimento de seu teor”.
A Enel, responsável pelo serviço de energia na capital, disse que não vai se pronunciar sobre o tema.
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