Publicado às 9h35
G1 São Paulo
São Paulo é o segundo munícipio do país com maior número de pessoas vivendo em áreas de risco, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostra que 670 mil habitantes moram em encostas e terrenos que podem deslizar na capital paulista.
A cidade brasileira com maior número de pessoas vivendo em áreas de risco é Salvador, na Bahia. No estado de São Paulo, técnicos do IBGE analisaram 89 municípios e identificaram 4.559 áreas de risco.
Na capital, o último mapeamento de áreas de risco feito pela Prefeitura de São Paulo é de 2010. Para o geólogo Eduardo Soares de Macedo, do IPT, esse estudo deveria ser feito com mais frequência.
“A gente propõe que o levantamento seja feito a cada dois anos porque essas áreas são muito dinâmicas. As comunidades se expandem rapidamente e perdemos o dado simultaneamente. Tem que ser atualizado”, explica.
Jardim Arpoador
A dona de casa Alice Moura de Jesus mora há quatro anos na beira de uma encosta íngreme, com cerca de 30 metros de altura no Jardim Arpoador, Zona Oeste. Ela, no entanto, disse não temer os dias de chuva.
“Não escorrega, não. Se escorregar a minha, escorregam todas as casas”, disse. “Não moramos aqui porque gostamos, mas porque não podemos pagar aluguel, né?”, continua.
A situação dos moradores do bairro é conhecida desde 2002, quando foi mapeado por geólogos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Os pesquisadores identificaram que o terreno é instável e tem risco médio para deslizamentos de terra, mas pouco foi feito na região nos últimos 16 anos.
Toda a rede de esgoto é improvisada, com canos saindo de dentro das casas, passando pelo lado de fora e correndo todo o barranco até que a água caia no bueiro.
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