Publicado às 14h10
G1 São Paulo
Está chegando ao fim em São Paulo a mostra gratuita “Jean-Michel Basquiat – obras da coleção Mugrabi”, maior exposição sobre o jovem gênio do neo-expressionismo já realizada na América Latina. O público tem até este sábado (7) para conferir as obras no CCBB São Paulo. Depois disso, ela segue para Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
O G1 visitou a exposição e reuniu 11 razões para não deixar passar esta oportunidade.
- Basquiat viveu apenas até os 27 anos, mas produziu mais de 2 mil obras e, ainda vivo, teve uma carreira meteórica. Chamou atenção de críticos e, aos 21, foi o artista mais novo a expor na Documenta de Kassel, importante mostra de arte contemporânea realizada a cada 5 anos na Alemanha
- Ele era negro, de ascendência afro-caribenha – rara exceção entre artistas da época. Seu estilo, contemporâneo à explosão do hip-hop em Nova York, uniu arte e linguagem das ruas exaltando o espírito da cidade nas décadas de 1970 e 1980, além de abordar temáticas importantes, como a representatividade do negro na arte e na sociedade
- ‘Acredite ou não, eu sei desenhar. Mas quase sempre tento lutar contra isso.’ A frase de Basquiat resume bem o motivo do fascínio por suas obras. Os traços que lembram rabiscos infantis preenchem o olhar em quadros ou peças que vão de simples caricaturas de amigos em pratos de porcelana a colagens e pinturas em estruturas com mais de 2 metros de altura
- Basquiat começou rabiscando poemas nas ruas, por isso sua associação direta ao grafite e à pichação. Ele assinava os rabiscos que fazia com o amigo Al Diaz como ‘SAMO’, sigla que inventaram para ‘Same old shit’ (‘Mesma merda de sempre’). A exposição traz fotos que mostram algumas dessas intervenções
- A variedade de suportes e materiais usados por Basquiat em suas obras chama atenção. Na mostra, é possível ver bem de perto até onde ia a criatividade do artista, como no exemplo abaixo, em que ele usou até penas na composição. Atenção, no entanto, aos alarmes que disparam quando alguém se aproxima demais das obras
- Um elemento bastante repetido nas obras de Basquiat é o desenho de uma coroa com três pontas. È comum passar a procurar coroas nas peças da mostra – algumas delas estão “escondidas”
- No ano passado, uma pintura de Basquiat quebrou recordes em um leilão. “Sem título” (1982) foi vendida por US$ 110,5 milhões – maior valor já pago pela obra de um artista americano na história, e por qualquer obra produzida no mundo a partir da década de 1980. A mostra inclui peças contemporâneas a essa obra
- Em 1981, ele vendeu seu primeiro quadro para a vocalista da banda Blondie, Debbie Harry, por US$ 200. Debbie inclusive aparece na mostra, em participação no filme ‘Downtown 81’, protagonizado por Basquiat e exibido na íntegra em uma salinha
- Atropelado ainda criança, Basquiat ganhou de sua mãe o livro ‘Gray’s Anatomy’, um clássico da medicina com diversas ilustrações do corpo humano. O livro se tornou grande inspiração em suas obras, o que é visto repetidas vezes na mostra. Também originou o nome de sua banda, Gray, que aparece em ‘Downtown 81’
- Uma amizade muito importante na vida e na carreira de Basquiat foi com Andy Warhol, ícone da cultura pop. O impacto da morte de Warhol em 1987 foi grande sobre ele; no ano seguinte Basquiat foi encontrado morto por overdose. Na exposição é possível ver quatro obras que foram fruto dessa parceria
- No térreo, uma área interativa com ar de ateliê reúne obras de artistas brasileiros em homenagem a Jean-Michel Basquiat. Entre elas é possível colorir digitalmente telas de OSGEMEOS, Alex Hornest e Rimon Guimarães através do toque em superfícies com as pinturas em alto-relevo
Serviço:
Jean-Michel Basquiat – obras da coleção Mugrabi
Local: CCBB São Paulo – Rua Álvares Penteado, 112 – Centro
Horário: de 9h às 21h
ENTRADA GRATUITA
* para evitar filas, é possível retirar ingresso (também gratuito) para visita agendada pelo site
De São Paulo, a mostra segue para outras três cidades brasileiras e só deixa o país em janeiro de 2019. Programe-se:
- De 21 de abril a 1º de julho de 2018 – CCBB de Brasília
- De 14 de julho a 26 de setembro de 2018 – CCBB de Belo Horizonte
- De 12 de outubro de 2018 a 8 de janeiro de 2019 – CCBB do Rio de Janeiro
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