Publicado às 8h
Folha de SP
Depois do recente terceiro filme dos Vingadores, com uma trama complicadíssima, quase 30 personagens e muitas referências pop que só fanáticos por HQ captaram, ver algo simples e tão bacana como “Homem-Formiga e a Vespa” um bálsamo.
Simples, no caso, é o enredo, um jorro de ação e humor que pode ser apreciado até por quem nunca leu um quadrinho dos heróis. Na área tecnológica, o filme é bem complexo.
Os dois protagonistas, Scott Lang (Paul Rudd) e Hope van Dyne (Evangeline Lilly), têm o poder de diminuir de tamanho, a partir de experiências científicas do pai dela, Hank Pym (Michael Douglas). Com sutis diferenças.
Ela, a Vespa, tem asas para voar e consegue diminuir ou aumentar o tamanho de objetos. Isso rende cenas engraçadas como a heroína arremessar um saleiro no bandido e torná-lo enorme no meio do trajeto, para nocautear o sujeito com o vidrão.
Ele, o Homem-Formiga, precisa cavalgar moscas, que controla telepaticamente, para voar quando está diminuto. Em compensação, tem a capacidade de aumentar de tamanho, transformando-se num gigante da altura de um prédio.
A tecnologia dos estúdios Marvel permite que as reduções e crescimentos dos heróis ganhem um ritmo alucinante. Eles podem variar seus tamanhos a cada segundo, dependendo do que a luta exige. Daí uma ação frenética, como poucos filmes de super-herói conseguem.
Depois da boa estreia, há três anos, a segunda aventura do Homem-Formiga começa com Scott Lang em prisão domiciliar, devido aos danos causados ao patrimônio público numa missão com o Capitão América.
Ele vai levando a detenção na boa. Recebe visitas da filha pequena, que mora com a mãe e o padrasto, e toca uma empresa de vigilância com o sócio (interpretado pelo latino Michael Peña, em ótimo desempenho cômico).
Mas Scott vai acabar burlando a prisão para ajudar o dr. Pym e a Vespa no resgate da mãe dela, Janet (Michelle Pfeiffer), que era a Vespa original e está desaparecida há anos no universo quântico, uma dimensão microscópica.
Vilões em busca das invenções de Pym vão atrapalhar os heróis, mas o problema maior é uma misteriosa mulher que também está atrás do cientista. E ela tem superpoderes, para encarar a dupla de mocinhos.
Paul Rudd, famoso por comediazinhas românticas, achou o personagem de sua vida no uniforme do Homem-Formiga. Imprime charme a um tipo mais divertido do que heroico. Evangeline Lilly, muda nerd depois da série “Lost”, é bonitinha e funciona no humor.
Michael Douglas deita e rola como o ranzinza Hank Pym. Longe da aposentadoria, parece se divertir muito no set. Já assinou contrato para mais dois filmes com esse personagem (provavelmente um terceiro “Homem-Formiga” e o próximo “Vingadores”).
“Homem-Formiga e a Vespa”, em sua despretensão, é melhor do que o primeiro filme e disputa um lugarzinho no pódio dos melhores longas baseados em heróis dos gibis da Marvel. Um balde gigante de pipoca é recomendável.
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