ENTRETENIMENTO/ESPORTES

Tia Má solta a língua e fala sobre timidez e preconceito

Jornalista ficou conhecida após se tornar youtuber e ganhar espaço no programa global "Encontro Com Fátima Bernardes"

Publicado às 13h20

Por Gabriel Cabral

Maíra Azevedo, jornalista e youtuber, é uma daquelas mulheres que incomoda muita gente. Não que ela seja inconveniente. O problema de Tia Má é que ela traz a solução. A baiana tira o sapatinho de qualquer um e coloca o pé no chão, em um lugar comum. Arranca os espectadores da poltrona confortável em que se veem e os coloca em posição de confrontar seus erros e suas dúvidas. Sem pestanejar, se posiciona firmemente contra o racismo, o machismo e a homofobia tão presente no cotidiano do brasileiro.

No fim junho, a Tia Má, como é conhecida, esteve no teatro do Unibes Cultural, na região do Sumaré, Zona Oeste, com o seu stand up “Tia Má com a Língua Solta”. Ela aproveitou a passagem e cedeu uma breve entrevista à Folha Noroeste.

Além de jornalista, a comunicativa e empoderada mulher ganhou espaço na internet e no Instagram após publicar vídeos em seu canal no YouTube. Ela também participa, dá pitacos e até conselhos a bordo do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da TV Globo.

Timidez

Quando Maíra começou a gravar seus primeiros vídeos, ela utilizava apenas o seu smartphone, sozinha em seu carro, sem grandes produções e edições, como segue até hoje, sempre muito espontânea. “Eu sou tímida, mas sou pobre. E quando a gente é pobre aprendemos a ser cara de pau para sobreviver”, disse. “Quando você tem a miséria como possibilidade de alternativa, você tem que ter um mecanismo para enfrentar qualquer tipo de obstáculo, porque viver pra mim é um desafio”, afirmou a jornalista, que não se esconde e se orgulha de ser mulher e negra. Na peça, ela conta as histórias cômicas da sua infância e engrandece a participação de sua mãe e avó em sua formação.

Para ajudar aqueles que também desejam se tornar youtubers, ela dá a dica: “se o que você quer fazer é o que te move, faça. Você vai conseguir. Por exemplo, quando comecei a gravar meus vídeos, gravava sozinha. Não podia ter ninguém perto e por isso era no carro. E vi que aquele vídeo foi crescendo de tal forma e, quando percebi que estava ajudando outras pessoas, isso me fortaleceu a tal ponto de não ter mais medo de gravar em qualquer lugar”, disse, “aquele vídeo deixou de ser só meu e passou a ser uma criação coletiva, porque uniu o público, que passou também a ajudar outras pessoas”.

Homofobia

Em junho de 2018, Maíra foi madrinha do 1° Casamento Coletivo LGBT de Salvador. Ela se emociona ao falar da cerimônia e explica a razão de sentimentos tão fortes. “Eu não sou uma mulher lésbica, mas convivo com muitos homens gays, mulheres lésbicas, pessoas bissexuais e trans. Fiquei imaginando como deve ser doloroso que a sua forma de amar possa ser o motivo da sua morte. Eu não sei o que é isso, mas tenho muito medo de perder alguém que amo apenas porque esta pessoa ama outra do mesmo sexo”, contou ela, que foi madrinha da Parada LGBT da capital baiana em 2017. “Quando cheguei no casamento coletivo fiquei me sentindo privilegiada, porque eu estava acompanhando a superação daquelas pessoas, que hoje estão vivas, afinal, a maioria dos casais ali eram formados por pessoas negras e quando você é negro e gay ou lésbica, sua chance de ser assassinado é ainda maior”, disse. “Aquelas pessoas são quase super-heroínas”, finalizou.

A Tia Má ainda não tem data para voltar a São Paulo com o seu stand up, mas a produtora TNM (Todos Negros do Mundo), que produziu a peça na cidade paulista, promete trazê-la novamente. A cidade e toda a sua diversidade aguarda ansiosamente por este momento.

 

 

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