Publicado às 10h20
Por Cristina Braga
Espalhados na cidade, os CCAs (Centros para Crianças e Adolescentes) realizam atividades educativas, culturais e lúdicas com crianças e adolescentes (de seis a quatorze anos e onze meses) em situação considerada vulnerável. Atualmente, são 483 unidades com 71.310 vagas, mas um estudo fez a Prefeitura de São Paulo notificar o fechamento de uma delas, acompanhado do corte de, ao menos, 1,5 mil vagas em outros 38 centros da capital que fazem parte do serviço municipal. A medida entrará em vigor em 1º de outubro.
A transferência de gestão da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMADS) para a pasta de Educação preocupa os funcionários e as entidades conveniadas. Muitas estão sem saber como ficará o serviço prestado. Em Audiência Pública na Câmara Municipal, um dos representantes do CCA Jardim Pirituba afirmou que as verbas dos meses de setembro e outubro já foram canceladas. “E agora, como ficarão as crianças? Vamos receber de quem? O trabalho não pode parar.” Já Natalvina Zanella, do CCA da Brasilândia (Núcleo Comunitário de Vila Terezinha), defendeu a importância dos centros. “Não se pode perder a essência dessa política nacional de fortalecimento de vínculos com crianças e adolescentes.”
A secretária Berenice Giannella, da SMADS, esclareceu na ocasião que está realizando a readequação das vagas ociosas. No encontro, também foi entregue um abaixo-assinado com cinco mil nomes, representando todas as crianças em situação de vulnerabilidade atendidas nos CCAs, para reivindicar que nenhuma unidade seja fechada.
O secretário da Educação, Bruno Caetano, afirmou que não há nenhuma motivação em fechar qualquer unidade e diminuir serviços. “Questões pontuais de gestão vão ocorrer sempre, e precisaremos avaliar os serviços prestados”, disse. Caetano também ressaltou que “há um trabalho de integração e quem ganhará com isso é a sociedade”. No entanto, a secretária Berenice Giannella encerrou a sessão insistindo que “os centros devem ter 100% de frequência dos alunos”. “Senão é desperdício de dinheiro público”, concluiu a gestora.
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