Publicado às 8h45
Folha de SP
Entusiasta de concessões e privatizações, o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), cogita dispensar o modelo de PPP (Parceria Público-Privada) e adotar contratos convencionais para retomar as obras da linha 6-laranja do Metrô.
A linha, com 15 km e 15 estações, é prometida há dez anos, mas foi paralisada após entrave na PPP. A construção, iniciada em 2013, já consumiu R$ 1,7 bilhão em obras (41% em recursos do estado) e R$ 984 milhões em desapropriações.
O custo para finalizar as obras deve ultrapassar R$ 9 bilhões —valor que ainda pode aumentar após atualizações.
Anunciada em 2008, na gestão José Serra (PSDB), a linha 6 do Metrô chegou a ser prevista para 2012 e, após a assinatura do contrato, para 2018.
Ela era exaltada pelo governo como a primeira PPP no Brasil responsável tanto pela construção como pela futura administração do metrô —para operar a linha por 25 anos.
O percurso entre a Brasilândia (zona norte) e a Liberdade (centro) ganhou o apelido de “linha das universidades”, devido às paradas perto de instituições de ensino superior.
Diante de uma série de problemas, porém, a linha atravessou as duas últimas gestões de Geraldo Alckmin (PSDB) sem ficar perto da conclusão.
Empresas participantes da PPP —como Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC Engenharia— viraram alvo de investigações de corrupção em outros contratos pelo país. Sem conseguir financiamento, paralisaram as obras de metrô em setembro de 2016, com apenas 15% de avanço.
O consórcio ainda tentou trocar sócios e convidou uma gigante estatal chinesa para assumir, mas a empresa também desistiu da linha. Na sexta-feira (16), o conselho gestor de PPPs no estado aprovou o processo de caducidade do contrato de concessão.
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