Publicado às 9h15
Portal R7
“Foi uma execução de meninos que não tinham envolvimento nenhum com nada de errado”. Essa afirmação é de A.N., 32 anos, primo de uma das vítimas da chacina que deixou quatro mortos na região de Pirituba (zona norte de São Paulo), na madrugada deste domingo (7).
Testemunhas dizem que os amigos Bryan Dantas de Carvalho, 16 anos, Matheus da Silva Rocha e Luís Vagner Gonçalves de Oliveira, ambos de 18, estavam em frente à casa do mais jovem, na rua Duarte Moreira, arrumando duas motos antes de ir a um baile funk da região.
Eles foram baleados por volta das 2h30. Matheus e Bryan morreram no local e, Luís, chegou a ser socorrido ao Hospital Geral Vila Penteado, mas não resistiu.
Meia-hora antes do crime, um amigo do grupo estava junto e desistiu de ir para o baile funk com as vítimas. “No último momento eu falei que não ia, eles insistiram. Eu falei que não estava afim e entrei para casa para descansar”, conta o jovem, de 19 anos.
Para ele, é difícil entender o motivo da chacina. “Eles não usavam droga, não praticava nenhum tipo de assalto ou furto, não eram envolvidos com tráfico, nada. Foi uma surpresa”, conta.
O jovem ainda ressalta que não se lembra de nenhuma “rixa, desentendimento, briga, troca de soco, nada” envolvendo os amigos nos últimos meses.
O primo e o amigo das vítimas não quiseram se identificar com medo de represálias.
Outras vítimas
Além dos três amigos, um homem identificado como Willian Tomas Oliveira Leite foi baleado na avenida Brasilina Viera Simões, a menos de 1 km dos demais baleados. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital de Pirituba, mas também não resistiu aos ferimentos e morreu.
Outros dois homens, de 46 e 48 anos, foram baleados na rua Santo Antônio dos Coqueiros, a poucos metros das outras três vítimas. Eles foram socorridos para o Pronto Socorro do Hospital de Pirituba e para a Santa Casa da Misericórdia, e seguem internados.
Cápsulas da PM
No local onde aconteceu a chacina, a perícia encontrou quatro cápsulas de pistola ponto 40 — arma exclusiva das forças policiais do Estado de São Paulo.
Segundo as investigações, uma cápsula foi encontrada próxima ao corpo de Matheus. Ele foi morto com dois tiros na região da cabeça.
As outras três cápsulas foram encontradas na avenida Brasilina Viera Simões, onde Willian foi baleado.
Outro lado
A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) disse, em nota enviada às 16h39 de domingo (7), que o caso está sendo investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios Múltiplos do DHPP (Departamento Estadual de Homicídio e Proteção à Pessoa).
O R7 questionou, na tarde desta segunda-feira (8), sobre o andamento das investigações e o fato de ter sido encontrado cápsulas de uso exclusivo das forças policiais paulistas. Às 18h17, a pasta retornou com a mesma nota enviada no dia anterior. Veja na íntegra:
“O Departamento Estadual de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) informa que o caso segue em investigação, por meio de inquérito policial, na 3ª Delegacia de Homicídios Múltiplos. O local foi periciado e exame necroscópico solicitado para as vítimas. A equipe policial realiza diligências para localizar testemunhas e imagens de câmeras de segurança que auxiliem na identificação e prisão dos autores.”
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