Publicado em 04/01/2022 às 9h
via MSN/Estadão
Aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o empréstimo de R$ 7 bilhões para a Linha 6-Laranja do Metrô pode se tornar um marco no financiamento de obras de infraestrutura no país. Pela primeira vez, a operação contará com a participação de um pool de dez instituições financeiras, entre elas grupos nacionais, estrangeiros e organizações multinacionais que, em vez de meros repassadores, serão fiadores de uma parte dos recursos. “Todos os dez bancos estão correndo o risco do projeto. Geralmente, os bancos não correm esse risco”, disse o superintendente da Área de Saneamento, Transporte e Logística do BNDES, Leonardo Pereira.
O financiamento entrará para o rol dos dez maiores da história do BNDES, atrás dos concedidos às usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio. Desta vez, o BNDES financiará menos da metade dos R$ 17 bilhões orçados. A linha contará ainda com aporte dos sócios da concessionária, de R$ 2,5 bilhões, do governo de São Paulo, de R$ 7 bilhões, além de uma emissão de títulos de dívida de R$ 500 milhões.
As principais inovações da operação são as garantias com base no próprio projeto, em vez de fianças bancárias ou ativos das empresas. Pareceres de consultores independentes estimaram os riscos de engenharia da obra, possíveis gastos adicionais que podem surgir, problemas que podem provocar atrasos e estimativas sobre o fluxo de passageiros. Isso permitiu redigir o contrato de construção prevendo multas nos casos de atrasos ou elevação dos gastos.
Obra atrasada
Para ter uma ideia, a previsão inicial era que a Linha 6-Laranja estivesse pronta em 2021. Anunciada como a primeira Parceria Público-Privada (PPP) de mobilidade urbana da América Latina, sua construção teve início em 2015, mas foi abandonada em 2016 e retomada apenas em 2020, depois que o grupo espanhol Acciona assumiu o projeto. Com 15 estações, a Linha 6 passará por diversas universidades, ligará a Brasilândia, na zona norte, ao bairro da Liberdade e transportará 633 mil pessoas por dia em 2025.
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