Publicado às 12h45
G1 São Paulo
A Ouvidoria da Polícia vai tomar o depoimento dos amigos de um jovem de 26 anos, morto por um PM no Jaraguá, Zona Oeste de São Paulo. O policial disse que reagiu a uma tentativa de assalto, mas testemunhas negaram a versão. O PM está em liberdade.
Os amigos conversavam em frente à porta de casa e estranharam um carro parado por um longo tempo. Quem estava no carro era um policial militar de folga.
Segundo uma testemunha, “eles foram ver o que era o carro, se era um carro abandonado alguma coisa, quando chegou lá, o cara já saiu atirando”.
William Novais Panzarini, de 26 anos, foi baleado e morreu. Ele era encarregado de setor em um supermercado e queria fazer a Faculdade de Direito.
A mãe de William ouviu os tiros e saiu correndo para ajudar. “Aí, i eu falava cadê o William, cadê o William, aí, quando eu saí, eu saí aqui e eles falaram não vai que o cara vai atirar. Aí, o cara balançava assim a arma: ‘quem vim vai levar mais’ e o pessoal tudo correndo pra cima, e ele com a arma assim ó, o policial”, disse Ivaneyde Santos Novais Panzarini.
No boletim de ocorrência, o PM Francisco Adriano de Sousa Lima contou que estava com a namorada conversando dentro do carro quando foram abordados por dois indivíduos que anunciaram o assalto. Os indivíduos fizeram menção de estarem armados. O PM diz que desceu do carro e os criminosos não recuaram e Francisco efetuou os disparos contra os criminosos.
O boletim diz ainda que os primeiros policiais que chegaram tiraram fotos de um objeto, posteriormente comprovado que tratava-se de uma faca, que estava na cintura de William.
O pai do jovem disse que o policial atirou para matar. “Parece que deu pra matar mesmo porque os dois pegou no tórax e a gente sabe que perto do coração é mortal, ele deu mesmo pra matar. Eu acho que não tinha necessidade disso não mesmo porque as mãos dele estavam vazias”, disse Wagner Aparecido Panzarini. A arma do policial e uma faca foram apreendidas
Três amigos de William confirmaram em depoimento que o policial desceu do carro atirando.
As versões conflitantes para o crime chamaram a atenção da Ouvidoria da Polícia de São Paulo, o ouvidor, além de pedir o novo depoimento dos amigos, pediu para que a Corregedoria da PM apure a conduta policial.
“Eu acho pouco provável uma pessoa tentar um roubo executando esse roubo em frente a sua residência”, disse o ouvidor Benedito Domingos Mariano.
A Secretaria da Segurança Pública informou que todos os casos envolvendo agentes de segurança são rigorosamente apurados para constatar a legitimidade da ação policial.
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