Publicado em 04/03, às 11h10
Por Priscila Perez
A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) amanheceu nesta quarta-feira, 4 de março, com protestos em frente ao portão 3, na Avenida Dr. Gastão Vidigal. Após serem prejudicados pela enchente que invadiu o entreposto em fevereiro, deixando-o debaixo d’água (os prejuízos foram estimados em R$ 24 milhões), os permissionários se mobilizaram contra o aumento de mais de 50% nos valores pagos em aluguel e condomínio, cuja somatória inclui gastos com limpeza, segurança, energia, água e esgoto, IPTU, seguro, entre outros itens, em comparação a 2019.
Pelas contas de Cláudio Furquim, presidente do Sincaesp (Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo), o metro quadrado na Ceagesp chega a custar entre R$ 120 e R$ 140 por mês. Para operar no local, o interessado em um box de 120 m², por exemplo, precisa desembolsar mensalmente mais de R$ 16 mil.
Permissionário há 40 anos no local, Furquim é quem está à frente do movimento – de forma independente – por mais transparência nas contas da Ceagesp. O grupo liderado por ele reivindica a abertura imediata das contas do rateio do condomínio, a posse de uma diretoria técnica, a revisão de cargos comissionados, reforma administrativa (cargos e salários) e a revisão imediata dos contratos de serviços terceirizados. Segundo os trabalhadores, entre limpeza e segurança, os comerciantes pagam R$ 54 milhões ao ano.
Resposta à manifestação
A Diretoria da Ceagesp, por sua vez, rechaçou as acusações e disse em nota que a majoração do IPTU ocorreu em decorrência de uma cobrança retroativa referente à construção de mezaninos no local. Segundo a entidade, o” aumento de área” foi constatado por fiscais da Subprefeitura Lapa e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo em agosto de 2018 – como resultado da uma denúncia feita pelo próprio Sincaesp em conjunto com a Associação dos Procuradores de São Paulo (Apesp).
A entidade destaca ainda que apresentou “impugnação ao lançamento complementar, rebatendo os fundamentos que resultaram na majoração”. “Estamos aguardando pronunciamento da Prefeitura. Na hipótese de negativa, afirmamos que será submetido à análise do poder judiciário, pois não concordamos com a atitude das entidades e, sobretudo, com a conclusão que teve a Municipalidade de São Paulo”, conclui em nota.
Quanto ao IPTU deste ano, um pedido de isenção será solicitado à Prefeitura de São Paulo devido às enchentes ocorridas em fevereiro. Em 2020, o valor devido é de R$ R$ 22,2 milhões.
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