Publicado em 24/03/2021 às 09h
Por Redação/SECOM
Medidas como uso de máscara e distanciamento continuam sendo necessárias para evitar contágio e transmissão da doença
Receber a vacina contra a Covid-19 é um alívio, um alento e uma alegria ímpar. Ela é a oportunidade real de minimizar as formas graves da doença, principalmente entre os grupos mais vulneráveis, além de reduzir o número de mortes.
Contudo, a vacina não age como um remédio para a dor, de alívio imediato. Sua ação leva alguns dias para fazer efeito e a imunização só será completa com a segunda dose. Isso significa que a rotina de cuidados preventivos deve ser mantida. A pandemia continua e países na Europa enfrentam a terceira onda de Covid-19.
No Brasil todos os índices – número de casos, internações, complicações ou mortes – estão em crescimento. Novas variantes do coronavírus detectadas no País são ainda mais transmissíveis e resistentes ao tratamento.
Logo, mesmo com a vacina, não será possível abandonar o uso de máscaras e as medidas de distanciamento. Os médicos reiteram que será necessário um fôlego extra e uma dose a mais de paciência.
Prevenção
“Os cuidados nesta fase têm quer ser redobrados porque estamos tendo aumento especialmente entre os jovens. E esse público ainda não foi vacinado”, afirma o infectologista Marcos Antônio Cyrillo, coordenador da seção técnica de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).
Isso significa exatamente que o distanciamento social, o uso de máscaras de acordo com a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a higienização das mãos e dos ambientes domésticos de trabalho precisam ser mantidos. Assim como o isolamento, em caso de manifestação dos sintomas ou da própria doença. “Se você tiver sintomas respiratórios é preciso procurar um médico. Fazer exame e diagnosticar doenças é muito importante”, ressalta Cyrillo.
Na rede de Atenção Básica da cidade de São Paulo há 468 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que devem ser procuradas aos primeiros sintomas de contaminação como tosse, febre, coriza, perda de olfato e paladar.
A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), orienta que as pessoas não deixem os quadros clínicos agravarem para procurar tratamento. Em caso de contato com o vírus, o alerta é para redobrar os cuidados e respeitar uma quarentena e o distanciamento das pessoas de sua própria casa para evitar o contágio.
O infectologista aponta que quem recebeu vacina também tem que manter todos os cuidados. A possibilidade de infecção não está descartada, muito menos a transmissão do vírus.
“Principalmente se você recebeu uma dose só, não tem uma imunidade completa. Com duas doses nós sabemos que a imunidade melhora, mas ainda existe a possibilidade de receber e de transmitir o vírus. Tem-se 50% de chance, mais ou menos, de adoecer. Isso quer dizer que a vacina ajuda muito, mas não desobriga das medidas gerais que todos nós devemos tomar”, salienta o médico.
Como age a vacina
Ao tomar a vacina, o organismo humano recebe uma partícula chamada de antígeno, que irá estimular uma resposta imunológica, ou seja, o reconhecimento do vírus pelo nosso corpo e a produção de anticorpos, as nossas defesas naturais. Esse é o mecanismo de funcionamento dos imunizantes.
De acordo com Instituto Butantan, que há 120 anos pesquisa doenças e fabrica imunizantes, após tomar cada uma das doses da vacina contra o coronavírus ainda é necessário esperar pelo menos 15 dias para que ela atinja a eficácia esperada.
E, para voltar à normalidade, boa parte da população precisa já ter sido imunizada. O médico infectologista Marcos Antônio Cyrillo reforça que, mesmo vacinados, os idosos têm que tomar cuidado.
“O idoso tem várias doenças, várias comorbidades como diabetes, pressão alta, insuficiência renal. Ele tem doenças pulmonares crônicas, bronquites, enfisemas, asma”, elenca o especialista. “E esse doente, quando tem a infecção, pode ter um quadro mais grave, precisando ir para a UTI, com taxas maiores de mortalidade”, completa.
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