Publicado às 15h, por Miriã Arruda
“Não tem erro, você vai ver um boneco de posto em frente. Entra.” Foi o que disse um brasileiro que eu e uma amiga encontramos em Chiang Mai – Tailândia sobre onde assistir a uma luta de muay thai de graça.
Alguns dias depois, em Koh Phi Phi, achamos o tal boneco de posto. Estava cedo, mas resolvemos entrar no Reggae bar. A entrada é gratuita, porém você deve consumir algo assim que chegar.
Foto: Reprodução/Google Street View
Sentamos à mesa e ficamos esperando o horário da primeira luta. Enquanto isso, os próprios funcionários ficavam no ringue desafiando alguns turistas a lutarem entre si por um balde de bebida – bem tradicional na Tailândia – enquanto o bar enchia.
Uma dupla foi, outra também. Algumas pessoas batem outras apanham. Têm uns que se machucam outros caem na risada. Sóbrios, bêbados, profissionais, amadores… e eu.
Sim, depois de muita vontade contida, e um pouco de pressão da minha amiga, aceitei o desafio de uma londrina. Sentia o frio na barriga e no corpo todo. Afinal, nunca havia feito aula de luta na minha vida.
Com um pouco de medo, confesso, perguntei a ela no meu inglês mal falado se já lutava ainda antes de vestir o calção, as luvas e subir ao ringue. “Só vim pela brincadeira”, respondeu. Ufa. Pois eu também. Não podia sair daquele lugar sem ter vivido essa experiência.
Capacete, protetor bucal e caneleira colocados, regras ditas e começa o primeiro round. Tremia. Corria. Apanhava. Só lembro de me defender, suar e respirar fundo para recuperar o ar. Intervalo. “Quer água?”, questionava um técnico enquanto arrumava meu capacete. “Tô bem”, respondi e pensava: “ela não tá brincando, preciso reagir”.
Foto: Arquivo Pessoal
Segundo round. Fui pra cima, me defendi. Minha cabeça estava pilhada: “ela olha pra onde vai chutar, vou atacar nesse momento. Segurei o braço dela, vou aproveitar pra bater”. Outro intervalo. Respira.
Toca o gongo, terceiro e último round. Na plateia, os gritos: “segura a perna dela. Dá uma rasteira”. Minha amiga berrava: “vai Miriããã!!! Bate nela”. Sua voz era inconfundível. Bati, apanhei, apanhei, bati. Acabou. Graças a Deus, porque eu já não aguentava mais.
Foi a primeira e única dupla feminina do dia. O resultado: empate. Uma medalha pra cada, um balde com coca, vodca e energético misturados e algumas dores nos braços e pernas já pesados. Sai realizada. Sai satisfeita. Sai feliz. Um check na minha listinha imaginária de coisas que fiz e não perdi um rim.
Foto: Arquivo Pessoal
Confira alguns trechos da luta aqui:
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