Publicado em 06/11, às 8h20
Por Cristina Braga
Praticamente um terço da vida do aluno é ocupada no ambiente escolar. É tempo suficiente para aprender além das matérias curriculares, alimentação equilibrada em meio à educação ambiental. Em consonância com este pensamento, o Colégio Wellington, na zona norte, desenvolveu o Projeto ‘Escola na Horta’ voltado para educandos do ensino Infantil, Fundamental e Médio, a fim de que eles possam aprender o cultivo das hortaliças para que, a partir da atividade de plantar, cuidar e colher, “passem a valorizar as práticas campesinas”, diz a direção do colégio.
O desabrochar da Horta
À frente do ‘Escola na Horta’ está Lara Folster, fundadora da empresa Lanche &Co e proprietária do Sitio Orgânicos do Colina. Ela conta que a horta fica no sítio a 40 Km do Colégio. “São 18 mil m² de plantio que supre toda a cadeia da Lanche & Co e do colégio. Os alunos vêm esporadicamente até a horta que é certificada pela OIA Brasil (Organização Internacional Agropecuária), plantam e colhem e ainda levam o plantio para casa”, explica Folster. Segundo a direção do Wellington, a ideia é “promover uma mobilização social e conscientizar as pessoas para a necessidade e a importância da alimentação da população em geral e, principalmente, das comunidades mais carentes. Incentiva os alunos a permanecerem no campo e agregarem valor à saúde, além de intervirem na cultura alimentar”.
Estruturado dentro do eixo Terra-Vida-Trabalho, o projeto visa quebrar as barreiras escolares alcançando até o ambiente familiar. “O aluno, ao observar que o objeto do seu trabalho está sendo consumido – e não ficando apenas à mercê de sua nota -, tem a sua autoestima elevada. Trabalhar a terra no assentamento é necessário; o campo é responsável pela manutenção da cidade no que diz respeito à alimentação”.
Lara ressalta que os alunos aprendem como funciona toda a cadeia de produção, a importância da alimentação orgânica, o trabalho que dá para plantar, como fomentar o pequeno produtor e o poder dessa escolha natural. Junto com outros professores, como de ciências, por exemplo, entendem o ciclo de alimento, como funciona na terra, o que pode conter uma produção orgânica e receitas com o fruto.
Importância do hábito alimentar saudável
Foster relata sua própria experiência com comida saudável. “Cansada de competir com salgadinhos e refrigerantes dos amiguinhos do filho mais velho, já que ele levava sanduichinho de pão caseiro, comecei a fazer o lanche para a Educação Infantil da escola de meu filho, a pedido de outras mães e da própria escola. Sucesso garantido, mães sossegadas e satisfeitas, pois sabiam que seus filhos estavam se alimentando de comida fresca, feita na hora, livre de ultraprocessados”. Lara aprendeu a cozinhar com a mãe e a avó, e se especializou em comida natural na Natural Gourmet Institute, em Nova Iorque. Ao lado de Eduardo Chimenti, transformou o sítio da família em um local de produtos orgânicos. “Produzem todos os alimentos da cesta da escola e, por serem produtores diretos, sem atravessadores, conseguem garantir qualidade superior e um preço mais justo para todos”, define a direção. “A escola acredita que a alimentação pode mudar o modo que vemos o mundo e o que vai acontecer com ele, cultivando hábitos alimentares saudáveis verdadeiros”, avaliam os diretores.
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