Publicado em 10/05/2022 às 10h15
por Redação/via R7
Indignados pela possibilidade de ter o limite de ruído ampliado dos atuais 55 decibéis para 85 na região do Allianz Parque, na Pompeia, cerca de 31 associações de bairro se juntaram para tentar barrar o projeto de lei que hoje tramita na Câmara Municipal. Todas elas, inclusive, assinaram uma nota de repúdio e a encaminharam aos vereadores paulistanos na tentativa de impedir o avanço das discussões acerca do tema.
Os moradores do entorno criticam o texto proposto pela Gestão Ricardo Nunes e alegam que o limite atual já é bastante incômodo. Integram o manifesto importantes associações da região, como a de “Moradores das Ruas do Entorno da Arena Allianz Parque”, a Amesp (Associação dos Moradores e Empresários do Sumaré, Perdizes, Pompéia e Barra Funda) e o Movimento de Moradores da Água Branca.
Eventos e barulho
Para um antigo morador da região, que é vizinho da arena há 20 anos,” liberar para 85 decibéis é uma punhalada”. Segundo ele, as janelas de seu apartamento chegam a tremer com o barulho vindo do estádio. Ademir ainda conta que, antigamente, quando o Allianz era Parque Antarctica, os shows aconteciam de forma esporádica e eram de menor porte. Porém, após a reforma, os eventos são constantes.
O PL em pauta altera os limites de ruído de áreas classificadas como ZOE (Zona de Ocupação Especial). São áreas próximas a aeroportos e estádios e que exigem regulamentação específica. A morada Jupira Cauhy, que integra o grupo de gestão da Operação Consorciada Água Branca (OUCAB), conta que a vizinhança “sente de casa o som alto e a vibração” durante os shows realizados na arena, isso sem falar do ruído das filas que tomam as ruas da região antes dos eventos. ”
Relatório
Em 2017, a pedido do Ministério Público, o IPT realizou uma avaliação do ruído produzido por shows no Allianz Parque, concomitantemente, em 18 apartamentos e dentro da arena. No relatório, foi constatada poluição sonora. “Para nós moradores foi muito importante ter o relatório de avaliação do ruído produzido pelos shows, feito pelo IPT, porque agora temos um documento oficial que comprova que há poluição sonora. Deixou de ser ‘reclamação’ e passou a ser um problema que deve ser resolvido pelos órgãos públicos com as empresas que administram a arena”, afirma Jupira.
Para a vizinhança, uma mudança desse tipo, “que vai contra os preceitos da saúde coletiva, para atender a interesses privados e assegurar o lucro para poucos em detrimento da saúde da população, é inadmissível”. Em nota, o Allianz Parque afirma que há um trabalho contínuo para mitigar as possíveis interferências na região nas datas de shows e eventos, buscando as melhores práticas e medidas para a boa convivência.
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