Publicado às 13h20
Folha de SP
A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão Bruno Covas (PSDB), reduziu em 31,3% o recolhimento de lixo nos bueiros da capital paulista nos sete primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2017.
Segundo dados da Amlurb, empresa municipal que gere a limpeza urbana, de janeiro a julho do ano passado foram retiradas 6.989 toneladas de detritos. Já em 2018, a quantidade caiu para 4.802 toneladas.
O número corresponde à mesma quantidade de lixo retirada dos bueiros em 2013, primeiro ano da gestão Fernando Haddad (PT).
Com a aproximação da época de chuvas, de outubro a março, o escoamento das águas nas ruas da capital vira um problema, especialmente se as bocas de lobo estiverem obstruídas por entulho.
O professor de engenharia civil da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Creso de Franco Peixoto explica que a falta de limpeza tende a aumentar as áreas de alagamento na cidade.
“O espaço para a água entrar em falta de limpeza tende a ser reduzido. Com isso, o acúmulo de água em frente à área de drenagem fica maior do que o previsto”, afirmou.
Segundo ele, as bocas de lobo têm a função de orientar o caminho da água, afastando-a da via pública e reduzindo os riscos à integridade física e saúde da população.
O especialista alerta para os riscos que o alagamento gera. “A pessoa pode ter contato com água altamente poluída. Em última instância, pode até morrer por afogamento.”
Afirmou ainda que há uma economia de cerca de 6% em relação ao contrato anterior, sem qualquer alteração no plano de trabalho.
A administração, porém, não explicou a redução de 31,3% na quantidade de detritos recolhidos nas bocas de lobo da capital nem o motivo da redução de 11% na quantia de lixo retirado das ruas da cidade de São Paulo.
Na nota, a gestão Covas afirmou ainda que tem investindo em projetos para incentivar cada vez mais o descarte correto de lixo, como a instalação de papeleiras e revitalização de pontos viciados de descarte irregular em toda a cidade.
Adicione Comentário