Publicado em 16/02/24, às 13h58
por Redação
Nos últimos três anos, a polícia de São Paulo prendeu 52 mulheres envolvidas no “golpe do amor”, um esquema utilizado por quadrilhas para atrair, sequestrar e extorquir homens na capital e Grande São Paulo. O golpe consistia em criar perfis falsos em aplicativos de relacionamento, seduzir as vítimas e depois conduzi-las a encontros armados, onde eram sequestradas e forçadas a transferir dinheiro para os criminosos.
Em 2021, seis mulheres foram presas, seguidas por 19 em 2022 e 25 em 2023. Na quinta-feira (15), duas mulheres foram novamente presas pela Divisão Antissequestro, incluindo Leticia Nicolau Gomes, que já estava em prisão domiciliar pelo mesmo crime. A investigação revelou que ela continuava enganando homens para novos golpes. Ao todo, ela teria feito seis vítimas.
Os criminosos se aprimoraram ao longo do tempo, passando a envolver esposas, namoradas e amigas para atrair as vítimas. Essas mulheres criavam perfis falsos e interagiam com os homens, ganhando sua confiança antes de levá-los a encontros armados.
Entre 2021 e janeiro de 2024, 168 homens foram vítimas dessas quadrilhas, com cinco mortes registradas. Não há registros de vítimas mulheres, e a maioria dos criminosos presos é do sexo masculino.
A região Norte de São Paulo responde pela maioria dos “golpes do amor” aplicados na cidade desde que o crime começou a ser praticado pelos bandidos. Dos 23 casos registrados no ano passado, 21 ocorreram na Zona Norte, de acordo com apuração da reportagem do G1. A redação do Folha Noroeste já noticiou golpes realizados em Taipas, Jaraguá, Parque Anhanguera, Brasilândia e Pirituba.
Segundo a Divisão Antissequestro, essas ocorrências estavam concentradas na Zona Norte porque as quadrilhas que surgiram eram dessa região. Mas, de acordo com o delegado Fabio Nelson, depois de uma ação conjunta da DAS com as delegacias da capital, e as prisões dos chefes dos grupos criminosos, esse tipo de crime foi reduzido não só na Zona Norte, mas em toda a cidade.
As autoridades aconselham medidas de segurança, como fazer videochamadas e marcar encontros em locais públicos, para mitigar o risco de cair nesse tipo de golpe. O esforço policial resultou na prisão de 460 criminosos nos últimos três anos, e a frequência desses golpes parece ter diminuído, com apenas um caso relatado nos últimos três meses.
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