Publicado em 12/07/2023 às 11h30
por Redação
A trágica morte da palmeirense Gabriela Anelli, de 23 anos, que foi atingida por uma garrafa de vidro durante um confronto nos arredores do Allianz Parque no último sábado, 8 de julho, é mais um triste exemplo dos perigos gerados por conflitos entre torcidas de futebol. Um episódio trágico como esse revela duas questões que deveriam ser consideradas pelo poder público daqui em diante, tendo em vista a segurança do público. A primeira diz respeito ao policiamento que precisa ser reforçado em dias de jogos com torcidas grandes, como foi o caso. Para se ter ideia, as duas confusões envolvendo as torcidas do Palmeiras e Flamengo, nas ruas Padre Tomás e Caraíbas, na região da Pompeia, ocorreram antes da chegada da Polícia Militar, que estava prevista para as 19h.
Comercialização e consumo de bebidas
Já o segundo questionamento envolve a presença de garrafas de vidro no local. A venda e distribuição de bebidas alcoólicas em arenas e ginásios esportivos em dias de jogos são proibidas, inclusive a um raio de 200 metros das entradas dos estádios, assim como o consumo, que é igualmente vetado. Existe uma lei estadual que determina essas restrições, mas elas são comumente ignoradas em dias de jogos por vendedores ambulantes – muito embora a PM afirme que eles não são permitidos dentro do perímetro delimitado como área de segurança no entorno da arena.
Após a morte da torcedora, o prefeito Ricardo Nunes destacou que a venda de bebidas em garrafas de vidro é proibida no entorno dos estados, uma restrição que foi implementada por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Porém, nem o Ministério Público de São Paulo parece ter conhecimento dessa norma. O órgão não identificou a existência dessa proibição, considerando que na lei estadual não há qualquer referência a recipientes específicos como as garrafas de vidro. O que existe, segundo a PM, é um TAC que autoriza a comercialização de bebidas em copos plásticos. Em meio a essa confusão de termos e leis, o que verdadeiramente importa é redobrar a fiscalização no entorno dos estádios, coibindo ações violentas entre torcidas como a que vitimou a jovem de 23 anos. A Prefeitura já se prepara para atuar nesse sentido com o apoio da GCM e reforço das equipes de fiscalização e limpeza.
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