Publicado às 9h15
Agência Estado
A entrada do novo Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, será no nível do Parque da Independência. Os visitantes vão acessar a instituição por duas escadas rolantes e um elevador. Após incêndio no Museu Nacional do Rio, em setembro do ano passado, foi adicionada ao projeto a instalação de sprinklers – dispositivo anti-incêndio no teto. O início da restauração e da reforma do Museu está previsto para setembro deste ano.
A transferência do acervo do Museu para sete imóveis do entorno da instituição será concluída até junho. O processo de transporte do material teve início no primeiro semestre de 2017 e está 85% finalizado. Foram removidos 300 mil papéis, 60 mil imagens, 70 mil livros e periódicos. Falta remover 35 mil objetos.
Uma vez iniciada a reforma para criação da nova entrada no subsolo, pelo Parque da Independência, a expectativa é finalizar as obras em 30 meses – ou seja, em 2021. A restauração do Museu, com a raspagem das camadas de tinta e repintura com tonalidade semelhante ao da inauguração, no início do século, demandará mais tempo do que a própria obra. A instituição está fechada para visitação desde 2013, e tem previsão de reabertura em setembro de 2022, na celebração do bicentenário de Independência do Brasil.
Em entrevista por e-mail, a diretora do Museu, Solange Ferraz de Lima, diz que os acervos removidos até agora ocupam “espaços preparados pela USP” e que receberam “mobiliário específico para acervos e equipamentos de monitoramento em 2015, por meio do apoio da Fapesp”. O novo Museu do Ipiranga, a partir de 2022, não deverá mais abrigar o acervo – antes, a instituição armazenava o material em salas do subsolo e no térreo.
Segundo Solange, ao longo dos próximos anos, as equipes estarão dedicadas aos trabalhos de preparação dos acervos para as novas exposições. “No momento, está em andamento o projeto de restauração da Maquete do Edifício-Monumento, o mais antigo item de nosso acervo; e, em processo de contratação de equipes auxiliares e materiais, o grande projeto de análise e tratamento da pintura Independência ou Morte, de autoria de Pedro Américo”, explica.
Mais área expositiva
O projeto prevê 6 mil metros quadrados de áreas novas. A entrada do novo Museu do Ipiranga será no nível do Parque da Independência. Uma estrutura de receptivo será construída no piso inferior ao museu, próximo aos chafarizes do muro. A esplanada onde hoje moradores praticam exercícios físicos e visitantes passeiam passará a ser o teto dessa estrutura.
O projeto prevê imensas vidraças que permitam a observação dos chafarizes e do ambiente externo. Ali serão instaladas salas expositivas, bilheterias, livraria e café, além de um auditório e salas para o educativo do museu. Deste piso, um túnel levará a escadas rolantes nas laterais do edifício-monumento, que colocarão o frequentador no hall de entrada do Museu. O prédio passará a ser 100% acessível, com um elevador desde o piso de entrada, pelo Parque da Independência, que levará até o 1º andar. Dali, outra estrutura fará o transporte para o mirante, outra novidade do projeto.
Anteriormente utilizadas para a reserva técnica, as coberturas passarão a ser um mirante, com espaços expositivos. Com as novas salas expositivas do piso inferior que será construído para abrir o hall de entrada e a área nova do mirante, a expectativa é dobrar a área expositiva, segundo o secretário de Cultura. Outra novidade são os sprinklers. Após o incêndio no Museu Nacional do Rio em setembro do ano passado, foi adicionado ao novo Museu do Ipiranga o dispositivo utilizado para o combate ao fogo, o que encareceu o projeto em aproximadamente R$ 2 milhões.
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