Publicado em 31/03/2022 às 8h30
por Redação
O centro comercial em Perdizes onde uma criança negra, de dez anos, foi alvo de racismo deverá prestar explicações sobre o caso ao Procon-SP. De acordo com o órgão, o estabelecimento, além de divulgar os manuais de procedimentos internos de segurança, precisará informar quais foram as providências tomadas em relação ao segurança que tentou impedir a permanência do menino na doceria e detalhar a assistência oferecida à família. O Procon-SP também quer saber como ocorrem as contratações e como seus funcionários são treinados, já que a abordagem à criança foi desastrosa. A empresa responsável pelo centro comercial tem até 5 de abril para responder aos questionamentos.
Relembre o caso
O triste episódio ocorreu numa doceria localizada na Rua Cardoso de Almeida, em Perdizes, na última sexta-feira, 25 de março. Segundo Suzana Barelli, mãe do menino, o segurança do local pediu para que ele saísse do estabelecimento porque não era permitida a entrada de pedintes. Nem deu tempo de experimentar o brigadeiro que a mãe havia comprado.
Ver essa foto no Instagram
Suzana, que é branca e mãe de dois filhos negros adotivos, questionou o segurança sobre o motivo de seu filho não poder entrar na loja. “Você falou para esse menino que ele não pode estar pedindo”, disse. O funcionário, por sua vez, afirmou que, pelas regras do condomínio, “pessoas não podem ficar pedindo”. Uma funcionária da doceria controlou a situação e ofereceu café à mãe e um brigadeiro para o menino. “Meu filho me disse que sentia raiva e que ele não pode ser tratado assim só por ser uma criança preta. Apesar disso, ele me diz que está bem. Tem tristeza, raiva, mas temos que criar nossas defesas e saber conviver com isso”, relata Suzana.
Adicione Comentário