COTIDIANO

Veja como funciona a dark kitchen da Lapa onde operam 35 cozinhas industriais

Publicado em 03/06/2022 às 10h15

por Redação/via G1

No início da semana, a FN chamou a atenção para as “dark kitchens”, que viraram um modelo de negócio promissor para muitos restaurantes durante a pandemia. Com o delivery em alta, houve o investimento em cozinhas industriais compartilhadas, dedicadas exclusivamente aos serviços de entrega. Entretanto, essa solução encontrada pelo setor para enfrentar a crise virou alvo de críticas e reclamações por conta do excesso de gordura, fumaça e odor gerado pelos galpões, isso sem falar na imensidão de motoboys que se aglomeram nas calçadas. Segundo relatos, é esse combo de problemas que os moradores da Vila Romana e Leopoldina enfrentam 24 horas por dia.

Dark Kitchen na Vila Romana. Foto: Reprodução/Street View.

Infraestrutura pronta

No galpão da Lapa, que é administrado pela Kitchen Central, são 35 cozinhas industriais, de diferentes estabelecimentos, funcionando a todo vapor todos os dias. Cada um ocupa uma pequena sala que é equipada com fogão industrial, coifa e refrigerador. Além disso, como as salas funcionam de forma individual, cada um tem sua própria conta de gás, água, energia e segurança.

A dark kitchen é responsável pela operacionalização do serviço, do pedido do cliente até a comida ser despachada para o motoboy. Para se ter ideia, tanto o estoque dos restaurantes (que não pode ocupar muito espaço, já que as salas são pequenas) quanto o relacionamento com os motoboys são controlados pela administração. Desse modo, o restaurante só precisa cozinhar, sem se preocupar com infraestrutura, tecnologia ou entrega.

Cozinha industrial. Foto: Reprodução/Freepik
Regulamentação

A Prefeitura de São Paulo encaminhou recentemente à Câmara Municipal um projeto de lei que visa regulamentar a atividade, com regras que restringem o funcionamento durante a madrugada, da 1h às 5h, e o uso do passeio público. Pelo texto em discussão, os estabelecimentos ficarão impedidos de utilizar as calçadas como local de carga/descarga ou ponto de espera de entregadores. Além disso, cada cozinha do complexo deverá ter um laudo técnico que comprove “a adequação do sistema de ventilação e exaustão”. O ruído gerado pelos equipamentos da cozinha, assim como pelos entregadores e suas motos, também será de responsabilidade do estabelecimento. O descumprimento das obrigações estará sujeito à fiscalização da Prefeitura, que poderá bloquear novos processos de licenciamento por cinco anos.

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