Publicado às 9h
Jornal Agora
Localizada às margens da rodovia Anhanguera, área de periferia e ocupação irregular na zona norte
de São Paulo, a teve a pior nota da rede pública estadual no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação) 2017, principal indicador de qualidade da educação básica do país.
A unidade, que possui cerca de 600 alunos, alcançou índice de 2,2 no Ideb no terceiro ano do ensino médio, valor abaixo da meta do Ministério da Educação (2,4).
Um dos principais problemas, dizem alunos, é a falta de professores. Segundo eles, a escola está sem docente de biologia e tem aulas de física e química substituídas frequentemente por outras disciplinas. As trocas na direção também são constantes.
“Este ano, só tivemos quatro aulas de biologia”, afirma uma estudante de 16 anos do 2º ano do ensino médio.
“Metade dos alunos já desistiu de estudar aqui. Entra no início do ano, mas sai com o passar dos meses. A escola tem a fama de ruim”, diz a aluna. Ela afirma ainda se sentir despreparada para prestar o Enem. “Eu não sei nada.”
O que foi compartilhado pela amiga de 15 anos, da mesma sala. “O professor de física e química se recusa a dar aula pra gente. Houve um problema com uma aluna e familiares. Desde então, ele não entra na sala”, afirma.
Alunos, funcionários e pais também apontaram problemas estruturais e ações de vandalismo —de pichações nos muros a furtos de panelas da cozinha, microcomputadores, ventiladores e materiais das oficinas do programa Escola da Família. Outro problema é merenda, quase sempre seca, dizem eles.
A Secretaria de Estado da Educação, da gestão Márcio França (PSB), afirmou em nota que os materiais furtados já foram repostos na escola.
A unidade, disse a pasta, mantém parceria com a ronda escolar da Polícia Militar. A secretaria afirmou ainda que todas as aulas foram atribuídas.
“Quando há faltas dos docentes é feita a substituição por eventuais —são 42 professores.” Disse também que a unidade tem estoque de alimentos e merendeiras para servir merenda, conforme cardápio semanal. Diante da reclamação dos pais, um supervisor irá até a escola.
A Escola Estadual Professora Blanca Zwicker Simões, no Tatuapé (zona leste de São Paulo), foi a unidade da rede estadual na capital paulista com o melhor desempenho no Ideb —8,1 no quinto ano do ensino fundamental, diante de uma meta de 7,4.
O colégio tem 910 estudantes, nos anos iniciais do fundamental (1º ao 5º), e 45 professores. Há grêmio estudantil e representantes de turma.
Segundo a Secretaria da Educação, a direção do colégio atribui o bom desempenho à participação dos pais nas atividades escolares.
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