Publicado às 9h10
Folha de SP
Daniela Mercury quer eleger o samba presidente do Brasil. “Posso até organizar a coligação dos sambas”, disse a baiana minutos antes de começar seu desfile pela rua da Consolação neste domingo (18), na região central de São Paulo.
Como já havia ocorrido nos últimos dois anos, A Pipoca da Rainha arrastou uma multidão por São Paulo. O público respondeu entusiasmado desde a primeira nota de um dos seus maiores clássicos, “O Canto da Cidade”, que abriu o show às 15h19 –e cujo lançamento completa 25 anos. Oficialmente, Daniela Mercury encerrou o Carnaval paulistano de 2018.
Segundo Daniela, o Brasil precisa do samba como presidente, porque o ritmo representa o país. “Mas vamos escolher o samba através do voto. Porque a democracia precisa ser restaurada a partir deste ano. E a gente começa a restaurar no Carnaval”, disse.
Samba Presidente é uma das músicas recentes compostas por Daniela Mercury. Ela também levou para a rua outros sambas, como “Aquarela do Brasil” e “É hoje”, para que a “eleição” pudesse ser feita.
A cantora celebrou o fato de que, há 25 anos, chegara a São Paulo para uma apresentação no vão-livre do Masp como uma artista desconhecida. A partir daquele ano sua carreira decolou. “Eu tenho orgulho imenso de ser ‘sotero-paulistana'”, disse de cima do trio.
Colado na corda que circunda o trio, o confeiteiro Wesley Garcia, 25, ressaltou a mensagem política de Daniela como um dos motivos para estar ali. “Ela tem uma energia muito boa, a favor da igualdade social. Ela é encantadora”, disse o paulistano.
A leve chuva que caiu por volta das 16h não chegou a incomodar os foliões. “Veio para refrescar”, disse a psicóloga Fabiana Barbara, 36, que, segundo ela, levou uma hora para fazer a maquiagem caveira, inspirada no Dia dos Mortos mexicano.
Às 18h, o bloco seguia a todo vapor pela Consolação, na altura do cemitério. A multidão tomava as duas pistas, na frente e atrás do trio. Nas ruas de acesso também havia foliões.
NÚMEROS
Antes do início, o secretário das Prefeituras Regionais, Cláudio Carvalho, considerou o Carnaval da cidade um sucesso. “Foi um Carnaval muito bom, sem confusão, sem brigas, modéstia à parte, uma organização muito elogiada pela imprensa e pela população”, disse ele, ao defender que a questão da limpeza também ficou “muito bem resolvida”.
Sobre transtornos vividos por pacientes do Hospital Beneficência Portuguesa por causa do Carnaval na avenida 23 de Maio, Carvalho disse que melhorias foram feitas na última semana, dando como exemplo a redução no volume dos blocos no sábado. “Pro ano que vem, é um processo de melhoria contínua. Mas São Paulo é um dos maiores Carnavais de São Paulo, se não o maior, e o Carnaval da 23 de Maio veio para ficar”.
O secretário estimou que, com o desfile deste domingo, o Carnaval paulistano reuniu 12 milhões de pessoas na rua. A cidade de São Paulo tem 12 milhões de habitantes.
Questionado sobre a fonte para os dados, Carvalho disse que se baseou em informações da GCM, PM, drones de monitoramento e os próprios trios. “Claudia Leitte ontem disse que foi o maior público com o bloco dela, o Largadinho, que já existe há cinco anos”, disse o secretário, reafirmando que fotos foram analisadas para chegar à conclusão sobre o número.
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